Se você andou dando uma volta pelo universo pop ultimamente, deve ter notado que a palavra-chave do momento é “nostalgia”. Franquias clássicas voltam com força total, enquanto plataformas de streaming investem em adaptações de livros e séries baseadas naquele clima “old school” que todo mundo adora. Mas será que esse movimento “pop nostálgico” representa apenas uma fuga da realidade ou estamos falando de novas leituras de materiais queridos pelo público? Vamos dar um giro pelo que há de mais falado (e polêmico) no cenário da cultura pop atual.
“Transformers” em sua melhor forma… nos quadrinhos!?
Pode parecer engraçado dizer que uma das franquias mais explosivas do cinema encontrou sua melhor narrativa longe das telonas, mas é exatamente isso que está acontecendo com a nova série em quadrinhos de Transformers, publicada pela Skybound. Para quem curte a vibe G1 (a geração original de brinquedos e animação, lá dos anos 80), os fãs estão rasgando elogios. A história traz um toque mais violento, com robôs gigantes se destruindo sem dó e, pasmem, sangue humano jorrando aqui e ali — algo bem diferente do que estamos acostumados a ver nos filmes, que são mais “blockbuster família”.
A discussão em torno desse sucesso é a boa e velha afirmação de que “formato importa”. Parece que, nos quadrinhos, roteiristas podem ousar mais, sem se prender ao medo do fracasso de bilheteria, apostando em tramas que não subestimam o público e nem aliviam na pancadaria cibernética. Fica a dica: se você curte “Transformers” e sempre quis algo mais próximo da essência que te conquistou na infância, essa HQ é um prato cheio.
Reacher: o herói durão e “old school” que domina a Amazon
Falando em sucesso fora da curva, Reacher conseguiu se tornar a maior audiência de retorno na história da Prime Video. Bem distante das elucubrações políticas de tantas produções atuais, a série investe em uma fórmula simples: o protagonista forte (fisicamente e moralmente) que faz o que precisa ser feito para cumprir a justiça. É pancadaria? É. É exagerado? Talvez. Mas é a boa e velha receita “cara durão vs. bandidos maus” que muita gente estava com saudade de ver.
Para melhorar, a segunda e a terceira temporadas só consolidaram a base de fãs — ou seja, mesmo depois de ser “descoberta”, a produção não perdeu fôlego. Enquanto muita série consagrada cambaleia em suas continuações, Reacher atinge um nível de estabilidade invejável. Não espere algo revolucionário, mas pode ter certeza de que o carisma brutamontes do protagonista e a narrativa direta ao ponto continuam sendo um grande imã de audiência.
“Single White Female” sem uma protagonista branca?
A indústria do cinema não cansa de nos surpreender. Agora é a vez de Single White Female (aquele suspense/terror de 1992) ganhar um reboot com Jenna Ortega e Taylor Russell. A piada que ronda as redes? Nem Jenna nem Taylor são, de fato, “fêmeas brancas” (tradução literal do título). Enquanto o Twitter (ou “X”, se preferir) surta, a produção segue firme.
Jenna Ortega é o tipo de atriz que Hollywood adora ter por perto: ela transita entre a aparência de “jovem branca padrão” e, ao mesmo tempo, pode ser escalada para papéis de diversidade latina. A versatilidade da atriz lhe garante espaço em praticamente qualquer papel — e a gente sabe que ela vem ganhando cada vez mais destaque, da série Wednesday à franquia Pânico. A pergunta que fica é: será que o reboot vai manter o mesmo nível de suspense “psicopata obsessiva” do filme original? Ou vai repaginar tudo para atingir uma nova geração? Só não vale esquecer o fator “nostalgia macabra” que fez sucesso lá atrás.
A novela sem fim de ‘Snow White’
Se tem um filme que não para de render polêmicas, é a nova versão live-action de Snow White, da Disney, estrelada por Rachel Zegler e Gal Gadot. A treta começou porque o estúdio mudou o conceito dos anões, preferindo substituí-los por “criaturas mágicas” e gente em CGI, ao invés de contratar atores anões em papéis que tradicionalmente sempre foram deles. Claro que a comunidade de atores anões ficou revoltada; afinal, são raríssimas as oportunidades que esses profissionais têm na indústria.
Depois veio a própria Rachel Zegler, que fez declarações “suspeitas” sobre a história original, irritando tanto o público conservador da Disney (que não gostou dela diminuindo o conto clássico) quanto quem espera sensibilidade na forma de abordar a personagem. Para fechar, há ainda a polêmica com Gal Gadot, que, acredite, também sofre críticas de grupos que não aprovam seu passado militar israelense. Resultado: tem gente reclamando da cor de pele, de teor político, da exclusão dos anões… e o estúdio, que no fundo só queria modernizar o conto, está tomando chumbo de todos os lados.
Lilo & Stitch: finalmente um acerto?
Por outro lado, o live-action de Lilo & Stitch — que teve seu trailer lançado recentemente — parece ter agradado grande parte do público, pelo menos num primeiro olhar. A vibe mais “família e fofura alienígena” permanece, e a Disney talvez tenha encontrado um ponto de equilíbrio entre fidelidade ao original e modernização. Mas é claro que, na internet, sempre há espaço para polêmica.
A galera que defende representatividade “literal” chiou porque a atriz que interpreta Nani (que é metade havaiana, mas de pele um pouco mais clara) não seria suficientemente “morena” como a original. Engraçado é perceber que os mesmos que defendem mudanças de etnia em outros personagens agora reclamam de “colorismo” quando a atriz é considerada clara demais. É a contradição do “tanto faz a cor… até que não faz”.
Ainda assim, para quem só quer ver Stitch bagunçando tudo e falando com aquela voz engraçadinha, o filme promete entregar a diversão clássica. A esperança é de que não vire mais um alvo de cancelamento duplo — daqueles em que o estúdio quer ser inclusivo e acaba ofendendo a todos.
E o que sobra no meio do caos?
Enquanto alguns se empolgam com anti-heróis, bebem na nostalgia e gastam horas defendendo ou atacando escolhas de elenco, muitos de nós só queremos assistir algo decente no fim de semana — seja Interstellar e suas teorias de buraco negro, seja Lilo & Stitch e seu alien bagunceiro.
A verdade é que o universo pop está grande demais, rápido demais e dramático demais. A cada dia, surge uma nova polêmica ou reboot para gente amar ou odiar. Talvez o melhor conselho seja: escolha as batalhas que te empolgam, e assista ao resto só pela diversão. No final, a arte deveria ser entretenimento, e há espaço para tudo: do quadrinho ultraviolento de Transformers ao live-action “coração quentinho” de Lilo & Stitch.
Porque, no fim das contas, nostalgia vende — mas o público também quer ver novidade. E às vezes a novidade chega numa roupagem antiga, um tanto deturpada e, por que não, curiosamente fascinante. Afinal, quem diria que a gente ficaria tão vidrado em ver um cara bombado batendo em bandidos (Reacher), ou um alien azul travesso vivendo aventuras no Havaí? Esse é o lado mágico da cultura pop: ela se reinventa, se espreme entre polêmicas e, ainda assim, encontra um jeito de nos fazer rir, chorar ou apenas esquecer da vida por umas horinhas. E tudo bem — esse é exatamente o encanto que nos faz continuar voltando para mais.
E você, qual o seu lado favorito desse caos criativo? Gosta de reviver clássicos ou prefere as releituras mais ousadas? Deixe seu comentário e vamos trocar uma ideia como bons e velhos fãs de cultura pop.
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