O filme Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, é um dos meus favoritos, pois mostra a perturbadora verdade de que nossa vida e realidade podem não ser tão reais quanto parecem. Ambientado na Inglaterra dos anos 1960, o filme nos dá uma visão dos horrores das operações secretas do governo, como o Projeto MK Ultra de controle da mente, engenharia social e operações psicológicas que permeavam profundamente toda a sociedade. Os perigos disso são exatamente sobre o que Laranja Mecânica nos alerta, e por isso sua mensagem é mais relevante do que nunca 50 anos depois.
Desvelando Alex e sua Gangue de Delinquentes
Para entender isso, precisamos mergulhar na história. O filme se abre com um longo e desconfortável close up de Alex olhando para a câmera, o que implica que ele já enlouqueceu e está cruzando a linha para a insanidade. Alex é nosso protagonista, um sádico e implacável jovem líder de uma gangue.
Vemos Alex e seus comparsas, Georgie e Dim, se preparando para uma noite de “ultraviolência”, espancando um mendigo e depois rivalizando com outra gangue. Alex e seu bando parecem ter completa liberdade para espalhar o caos. Eles personificam o caos em um mundo sem lei e ordem.
Alex é inteligente e amante das artes, mas também sádico e destrutivo. Ele adora a violência e a associa à música clássica, obtendo prazer de ambas. Uma dualidade permeia o filme: a beleza contrastada com o ambiente lúgubre, a trilha sonora refinada com a linguagem chula.
O Sistema Corrupto e a Técnica Ludovico
Quando Alex é preso, vemos que as autoridades são tão sórdidas quanto ele. O sistema parece podre e corrupto. Segundo o filósofo Xun Zi, os impulsos humanos são inerentemente maus, e apenas através do cultivo pessoal podemos nos elevar acima de nossos instintos animais. Mas no mundo de Laranja Mecânica, como no nosso, isso não é promovido.
Na prisão, Alex se voluntaria para uma nova técnica experimental do governo, a Técnica Ludovico. Ele é dopado e forçado a assistir cenas de violência enquanto sente náuseas extremas, para condicioná-lo contra tais atos. O capelão alerta que bondade deve vir de dentro, não pela força.
Quando Alex sai da prisão, vemos que o tratamento não funcionou. Seu livre arbítrio e desejos sádicos permanecem. O escritor que Alex havia atacado o reconhece e o tortura com a 9a Sinfonia de Beethoven, arruinando a música que Alex amava. Impelido ao suicídio, Alex pula da janela.
No hospital, o ministro responsável pelo tratamento oferece um emprego a Alex para abafar o escândalo. O filme termina com Alex livre para infligir mais crueldade, indicando que nada mudou. A sociedade moderna, em sua tentativa de moldar Alex, acabou tirando sua humanidade e livre arbítrio.
Reflexões Finais: O Controle da Mente e o Alerta Profético
Laranja Mecânica é um aviso contra as técnicas autoritárias de controle da mente, que existiam secretamente na época através de programas como o MK Ultra. Hoje, o controle do pensamento é mais sutil, manipulando as pessoas através da mídia e da tecnologia. O filme mostra os riscos de uma sociedade artificial que priva as pessoas do que as torna humanas. É um alerta profético que devemos levar a sério.