Em Sua Jornada Para Desconstruir a Linha Entre Bem e Mal, a Nova Série da Disney Pode Estar Indo Longe Demais
Quando os fãs ouvem que a nova série “The Acolyte” da Disney pretende “interrogar o que significa estar do lado luminoso ou sombrio”, certamente alguns soarão o alarme. Afinal, grande parte da magia de Star Wars sempre esteve na luta maniqueísta entre o bem absoluto dos jedi e o mal consumado dos sith.
De acordo com as estrelas Amandla Stenberg e Leslye Headland, essa produção ambiciosa buscará explorar as nuances morais e zonas cinzentas do poder místico que rege a galáxia. Uma audaciosa empreitada, sem dúvidas, mas que também corre o risco de minar os próprios alicerces que tornaram Star Wars um fenômeno atemporal.
“O que estamos tentando explorar é quando uma instituição tem uma concepção singular de como o poder pode ser usado… nós tentamos fornecer muitas perspectivas e respostas diferentes para essa questão”, explica Stenberg sobre sua personagem Mae, cujas lealdades aparentemente pendem entre a luz e as trevas.
Certamente, adicionar camadas de complexidade psicológica aos personagens é um nobre objetivo artístico. Porém, há o perigo de que, ao desfazer a clara distinção entre bem e mal que sempre norteou a saga, esses novos criadores possam estar desperdiçando um dos grandes trunfos da franquia.
Afinal, foi justamente a simbologia arquetípica da eterna batalha entre o lado luminoso e as forças das trevas que permitiu que Star Wars transcendesse o nicho dos filmes de capa e espada espaciais. Seus mitos, assim como os das grandes narrativas da humanidade, conquistaram gerações justamente por traduzir verdades fundamentais sobre a natureza humana em uma jornada heroica repleta de aventuras épicas.
Quando Luke Skywalker ergue seu sabre de luz contra o Império, ou Anakin Skywalker cede às seduções do lado sombrio, esses momentos atingem nosso subconsciente justamente por personificarem nossa própria luta interior entre nossas inclinações nobres e egoístas. Diluir essas fronteiras com relativismo moral seria o mesmo que esvaziar Star Wars de sua essência mitológica.
É claro que nenhuma obra de arte merece ser tratada como dogma intocável. Toda franquia deve evoluir e se reinventar com os tempos. Porém, ao alardear sua intenção de subverter um dos conceitos mais basilares da jornada do herói, “The Acolyte” corre o risco de se distanciar demais do que faz Star Wars, bem, Star Wars.
Nos bastidores, há rumores de que essa nova abordagem “woke” e desconstrutivista teria sido imposta de cima para baixo pela alta cúpula da Disney, conhecida por sua agenda revisionista com franquias clássicas. Seja qual for o caso, fica a dúvida: será que ninguém na Lucasfilm ousou questionar se essa subversão radical dos valores eternos do universo Star Wars é realmente uma boa ideia?
Muitos fãs leais certamente aguardarão com cautela a estreia de “The Acolyte” em 4 de junho. Eles esperarão ansiosos para descobrir se a aparente tentativa de “harmonizar” tradição e desconstrução será bem-sucedida, ou se cairá na armadilha de sacrificar o que sempre tornou Star Wars tão especial em primeiro lugar. Que a Força esteja com esta empreitada ousada, pois ela certamente encontrará muita resistência caso se desvie demais do caminho luminoso.
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