Em 2016, com a eleição de Donald Trump para presidente nos EUA, a mídia, como forma de fazer oposição ao governo de Donald Trump, abraçou de maneira radical o discurso identitário, como uma suposta forma de defender minorias. Assim, passamos a ver muitos filmes, séries e animações levantando diversas pautas políticas de extrema esquerda, o que inclui o identitarismo, sendo o feminismo, o movimento negro e o movimento LGBT exemplos de grupos identitários.
A Culpa e a Saúde Mental
Nenhuma pessoa sensata irá negar que pessoas de determinadas minorias possam estar mais suscetíveis a determinados problemas. No entanto, a forma com que se tem trabalhado esses temas na mídia é extremamente nociva à saúde mental daqueles que compram essa ideia do identitarismo. Primeiramente, pelo fato de que o identitarismo coloca a culpa de todos os problemas no fato da pessoa ser de uma determinada minoria, como ser mulher, ser negro ou ser homossexual.
Dessa forma, uma mulher pode acreditar que todas as dificuldades e problemas que ela tem na vida estão relacionados ao fato de ela ser uma pessoa do sexo feminino, ignorando assim auto críticas e uma análise ponderada da realidade para entender suas dificuldades e problemas e conseguir, assim, superá-los. Essa atitude de culpabilizar uma característica pessoal pelos problemas faz com que um simples olhar, comentário ou comportamento normal de um terceiro se torne uma ofensa.
Por exemplo: uma pessoa negra vai em um mercado, no qual o atendente está deprimido por ainda estar experienciando um luto e acaba atendendo todos os clientes naquele dia de uma forma mais fria. Assim, todas as pessoas que foram a esse mercado naquele dia não receberam um tratamento muito bom, por conta da condição emocional do atendente. Porém, a pessoa negra que compra a narrativa do identitarismo pode acreditar que o atendimento a ela foi ruim pelo fato de ser negra, fazendo-a ignorar todas as diversas possíveis causas daquele fato, além de reforçar crenças limitantes em sua mente.
Obviamente, todo tipo de racismo ou segregação deve ser combatido. No entanto, a forma generalista e divisiva com que esses temas têm sido trabalhados gera mais um sentimento de vitimismo e revanchismo do que de integração.
A Exclusão dos Outros Sofrimentos
Além disso, os movimentos identitários colocam apenas os pertencentes a “minorias” como passíveis de sofrimentos e dificuldades, ou seja, homens, brancos e heterossexuais não possuem sofrimentos ou dificuldades, sendo que na verdade, o sofrimento e as dificuldades são inerentes à existência humana neste mundo. Obras identitárias, como o filme da Barbie que coloca mulheres contra homens, podem reforçar o sentimento vitimista, revanchista ou crenças limitantes. Isso é verdade, especialmente em adolescentes e jovens, que vivem o dilema da identidade, e por se sentirem à parte da sociedade, facilmente se unem a grupos para se rebelar dos pais e da sociedade, a fim de buscarem uma identidade própria e serem aceitos pelos outros de sua faixa etária.
Fomentar a Superação e a Integração
Portanto, é importante que as famílias e toda a sociedade fomentem a superação, resiliência, trabalho duro, integração verdadeira e a esperança, a fim de combater as diversas crenças nocivas que vêm prejudicando os indivíduos e nossa sociedade como um todo.
Sobre o Autor e Mais
Rafael Candido de Oliveira é Psicólogo e fã da Liga Nerdola. Se você também quer ter um artigo publicado em nosso site, envie um e-mail para contato@seliganerd.com. Após uma análise ele poderá ser publicado aqui!