A verdade sobre Furiosa: “a fuga das mulheres” da nova saga Mad Max

Furiosa

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Os números não mentem: público feminino não compareceu para ver Anya Taylor-Joy como Furiosa

Por Claudio Dirani

O ano é 2015 e a nova geração que não acompanhou a trilogia original protagonizada por Mel Gibson finalmente teve a chance de conferir uma produção ambientada no universo do rústico sobrevivente Mad Max.

E não ficou apenas na nostalgia. Mad Max: Estrada da Fúria não só arrecadou mais de US$ 350 milhões nas bilheterias globais, como garantiu ao longa do diretor George Miller o maior número de estatuetas do Oscar para um filme australiano: Melhor Edição, Melhor Design de Produção, Melhor Maquiagem, Melhor Edição Sonora, Melhor Mixagem e Melhor Figurino, totalizando 6 prêmios da Academia de Artes e Ciências de Hollywood.

 

Embalado pelos feitos de seu antecessor, George Miller retornou neste ano com Furiosa: Uma Saga Mad Max, na expectativa de ao menos se aproximar da produção de nove anos atrás. 

As notícias para o veterano diretor, contudo, não são das melhores. Além de já ser um fracasso de renda e público, Furiosa não conseguiu atrair o que os produtores e demais envolvidos nos bastidores esperavam: o público feminino.

Sem Charlize Theron

Embora Estrada da Fúria não tenha conquistado, em definitivo, os fãs que transformaram os três filmes estrelados por Mel Gibson em clássicos da cultura pop, o longa teve seus méritos – principalmente por seu visual apocalíptico e atuação definitiva da “gigante” Charlize Theron.

Inegavelmente, a estrela sul-africana incorporou o espírito fantasmagórico e cruel do deserto, atraindo públicos de todas as idades e gêneros.

O mesmo, entretanto, não tem sido visto com Furiosa e sua protagonista, a razoável Anya Taylor-Joy, mais famosa pela série O Gambito da Rainha.

 

Dito isso, apurações feitas pelos sites Blaze Media e The Numbers dão sustentação à teoria e confirmam a tese na prática. Enquanto o final de semana de estreia de Estrada da Fúria na América do Norte contou com 40% dos ingressos comprados por mulheres, o debut de Furiosa ficou apenas com 29% desse montante.

Na prática, isso significa que o público feminino atraído pela Furiosa, até o momento, foi bastante inferior. Mais cifras dão sustentação à tal análise. Do total de ingressos vendidos até o momento (4,9 milhões), apenas 1,4 milhão foram adquiridos pelas garotas, enquanto Estrada da Fúria atraiu 7,2 milhões meninas (de um total de 18 milhões).

A perda de interesse do público jovem também foi considerável. De acordo com o levantamento, 31% do total dos ingressos vendidos para ver Estrada da Fúria foram adquiridos por pessoas entre 18 e 24 anos. Esse número despencou para 21% em Furiosa.

Em resumo, a esperança de transformar Furiosa em um filme feito sob medida para o público feminino virou areia – e em maior quantidade daquela que preenche o universo árido de Mad Max.

 

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