Enquanto a Marvel se prepara para lançar novos blockbusters da Saga do Multiverso como “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”, “Vingadores: Dinastia Kang” e “Guerras Secretas”, é interessante recordar que há exatamente uma década o MCU estava apenas chegando à sua primeira sequência dos Vingadores. Em 2015, a mania da Marvel estava no auge, impulsionada pelo sucesso de “Capitão América: O Soldado Invernal” e “Guardiões da Galáxia”.
Embora “Vingadores: Era de Ultron” não tenha sido odiado – recebeu críticas majoritariamente positivas e foi um enorme sucesso financeiro – acabou sendo eclipsado por filmes posteriores como “Guerra Civil”, “Ragnarok”, “Pantera Negra” e a dupla “Guerra Infinita”/”Ultimato”. O segundo filme dos Vingadores foi gradualmente relegado à história como a sequência “apenas ok” da franquia. No entanto, com o distanciamento de uma década, o filme se destaca como um dos mais dramaticamente ambiciosos do MCU, e talvez o único que apresenta os Vingadores como uma parte regular do universo, em vez de uma equipe que só se reúne durante eventos apocalípticos.
Uma Bagunça Ambiciosa Que Merece Reapreciação
“Era de Ultron” inegavelmente tem problemas estruturais. É uma obra com muitas peças móveis, tempo de execução insuficiente para suas ambições e uma narrativa por vezes deselegante, saltando de um cenário para outro enquanto luta para encontrar um tom consistente. O filme claramente reflete as tensões entre as sensibilidades narrativas do diretor Joss Whedon e as obrigações maiores com a franquia.
Apesar dessas falhas consideráveis, “Era de Ultron” sempre foi melhor do que a soma de suas partes. Seu maior mérito está em ser um dos raros filmes de grande orçamento do MCU que coloca ênfase nas ansiedades e relacionamentos de seus personagens, em vez de funcionar apenas como um evento projetado para sacudir os alicerces do universo cinematográfico.
Ser a entrada do meio na “trilogia” dos Vingadores (se considerarmos “Guerra Infinita” e “Ultimato” como duas partes de um filme gigante) foi simultaneamente uma bênção e uma maldição. O filme precisava ser uma sequência direta, enquanto as grandes questões relacionadas a Thanos e as Joias do Infinito estavam sendo reservadas para o grand finale. Essa posição intermediária, embora limitante em certos aspectos, permitiu que “Era de Ultron” se concentrasse mais no humano e menos no espetáculo – uma abordagem que, com o passar dos anos, tem sido cada vez mais valorizada pelos fãs que buscam profundidade em meio aos efeitos especiais.