Artistas Brasileiros Buscam Taxar Streaming e pegar teu dinheiro

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Em mais um capítulo do que parece ser uma batalha constante contra a descentralização da informação e do entretenimento no Brasil, artistas consagrados da televisão brasileira lançaram uma campanha pedindo a regulamentação das plataformas de streaming com uma taxa de 12%.

Fernanda Montenegro, Malu Mader, Mateus Solano, Paulo Betti e Julio Andrade estão entre os artistas que se mobilizaram nesta sexta-feira, 9, em uma campanha nas redes sociais pedindo a regulamentação das plataformas de streaming. Estes artistas, já estabelecidos e financeiramente seguros, argumentam que essa taxa é necessária para proteger a autonomia cultural brasileira.

A Falsa Narrativa de “Proteção Cultural”

A campanha reforça que, apesar do alto faturamento, plataformas de streaming estrangeiras investem pouco em conteúdo nacional independente. No entanto, o que esses artistas convencionalmente ignoram é que o conteúdo nacional independente já está sendo produzido em massa – não por eles ou seus círculos, mas por milhares de criadores de conteúdo online.

Como destacado na crítica ao projeto no canal Ancapsu: “Eu estou produzindo conteúdo nacional aqui. Isso aqui é produto nacional. Eu sou brasileiro. Estou aqui no Rio de Janeiro, sentado aqui numa cadeira gravando aqui no Rio de Janeiro. É conteúdo nacional.” Esse argumento expõe a hipocrisia de um movimento que parece mais interessado em garantir financiamento para projetos de uma elite artística do que verdadeiramente apoiar a diversidade de vozes brasileiras.

Quem Realmente Precisa de Apoio?

A ironia desta situação é palpável quando consideramos que “temos que administrar nossa vida. É preciso fazer aqui o que outras grandes nações já realizaram como forma de estimular sua indústria: a regulação do streaming.”, como afirma Fernanda Montenegro. Enquanto isso, criadores independentes frequentemente lutam para monetizar seu trabalho.

A crítica é direta: “Eles querem que eu pague imposto para Fernanda Montenegro fazer os filmes dela. Fernanda, você tem dinheiro, muito mais dinheiro do que eu. Financie você.” Esta observação levanta questões importantes sobre equidade no apoio cultural: por que pequenos criadores deveriam subsidiar os projetos de artistas já estabelecidos e financeiramente prósperos?

O Verdadeiro Colonialismo Cultural

A campanha menciona colocar “freio no apetite colonial das empresas estrangeiras”, mas ignora que está, paradoxalmente, promovendo um tipo de colonialismo interno – o da mídia tradicional tentando manter seu controle sobre as narrativas culturais do país.

Esta taxa representa apenas mais uma tentativa de centralizar recursos e controle em um momento em que a internet e as plataformas digitais democratizaram a produção e distribuição de conteúdo como nunca antes.

Conclusão: Quem Realmente Se Beneficia?

Enquanto a campanha afirma que a taxa de 12% seria destinada ao Condecine para financiar o audiovisual nacional independente, precisamos questionar quem realmente se qualifica como “independente” neste contexto e quem ficará com a maior parte desses recursos.

O Brasil não precisa de mais impostos que sufocam a inovação digital e os criadores genuinamente independentes. O que o país realmente necessita é de um ambiente onde todas as vozes culturais brasileiras possam prosperar, não apenas aquelas já consagradas pelo establishment artístico nacional.

A verdadeira autonomia cultural brasileira virá da diversidade de vozes e perspectivas, não de taxas que provavelmente beneficiarão os mesmos “filhinhos de rico metidos a cineastas” que já dominam o cenário artístico brasileiro há décadas.

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