Descubra o Que Hollywood Deixou de Fora na Busca por Entretenimento Politicamente Correto
Em uma era em que a cultura “woke” domina Hollywood, até mesmo os clássicos da literatura não estão a salvo de alterações em nome da agenda política. “Drácula”, o icônico romance de Bram Stoker, é um exemplo perfeito disso. Embora a adaptação cinematográfica mais fiel ao livro tenha se esforçado para capturar a essência da obra original, ainda assim, algumas diferenças gritantes podem ser observadas.
Uma das discrepâncias mais óbvias é a aparência do próprio Drácula. No livro, o Conde é descrito usando roupas pretas, enquanto no filme, ele é visto inicialmente em um traje vermelho e, mais tarde, em um terno cinza após rejuvenescer. Além disso, o filme adiciona uma cena de origem ausente no livro, mostrando Vlad Tepes se revoltando contra Deus após perder sua esposa, o que o leva a se tornar um vampiro ao beber sangue.
Outra diferença significativa é a relação entre Drácula e Mina. No livro, o Conde vê Mina apenas como um meio para expandir seu domínio, sem qualquer traço de romance. No entanto, o filme opta por uma abordagem mais “progressista”, retratando Drácula como um ser apaixonado por Mina, provavelmente para agradar ao público moderno sedento por histórias de amor politicamente corretas.
O terror vivido pelos marinheiros a bordo do navio Deméter, onde Drácula viaja para Londres, é consideravelmente reduzido no filme. No livro, a cada noite, um tripulante é brutalmente assassinado, criando uma atmosfera de medo intenso que o filme não consegue transmitir completamente.
A transformação de Lucy Westenra em vampira também é simplificada na adaptação cinematográfica. No livro, o processo é gradual e envolve várias noites de Drácula sugando seu sangue, levando Lucy a usar um lenço para esconder as marcas de mordida. Além disso, o Dr. Seward, Quincey Morris, Arthur Holmwood e Van Helsing realizam múltiplas transfusões de sangue para tentar salvá-la. Infelizmente, a mãe de Lucy remove inadvertidamente as proteções colocadas por Van Helsing, selando o destino trágico de sua filha. O filme, no entanto, condensa esses eventos para se adequar ao tempo de tela limitado.
A morte de Renfield também difere entre o livro e o filme. Na adaptação cinematográfica, ele é morto por Drácula após revelar a Mina que o Conde a ama. Já no livro, Renfield é assassinado por ter traído Drácula e tentado lutar contra ele ao perceber que suas promessas eram vazias.
Por fim, o clímax da história apresenta discrepâncias significativas. No filme, Drácula contamina Mina por amor e desejo de tê-la como esposa, enquanto no livro, ele o faz por vingança contra o grupo de Van Helsing por destruir seus esconderijos. Além disso, a morte de Drácula ocorre de maneira diferente: no filme, Mina o protege antes de decapitá-lo, enquanto no livro, Jonathan corta o pescoço do Conde ao mesmo tempo em que Quincey apunhala seu coração.
Embora a adaptação cinematográfica mais fiel de “Drácula” tenha se esforçado para capturar a essência do livro, é evidente que concessões foram feitas para agradar ao público moderno e se adequar à cultura “woke” de Hollywood. Essas diferenças servem como um lembrete de que, muitas vezes, a busca por entretenimento politicamente correto pode comprometer a integridade de uma obra clássica. Aos fãs de Bram Stoker, fica o conselho: nada supera a experiência de mergulhar nas páginas do livro original e deixar-se envolver pela atmosfera gótica e pelo terror psicológico que só a literatura pode proporcionar.
Texto : Igor Lira
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