Confira a análise do polêmico novo capítulo de Assassin’s Creed, feita pelo nosso colega Andros.
Por Andros
NOTA: Esta Review se centrará na gameplay, ambientação e história.
Preciso começar essa Review de uma maneira um pouco diferente, ao dizer que para mim foi difícil deixar meu lado como fã de lado, mas em respeito à você caro leitor e ao Se Liga Nerd que mais uma vez me dá a honra de poder publicar neste site eu estou escrevendo cada palavra com o mais absoluto profissionalismo que me cabe como analista dessa Review.
Também dizer que por uma razão de respeito a você, não irei dar nenhum spoiler sobre a história deste novo jogo, mas adianto que ela é uma das mais, eu diria, interessantes da franquia.
Ambientação
Assassin’s Creed Shadows tem um dos mundos mais deslumbrantes da história da franquia.
Se tem uma coisa que posso dizer abertamente, é que o Japão de 1579 é lindo.
A habilidade de passar pelas estações só aumenta essa beleza, permitindo que os jogadores façam a transição das cores incríveis do outono para um mundo coberto por uma camada de neve no inverno.
O mundo pode parecer crescer tanto a ponto de te deixar confuso no que fazer no começo, mas o ritmo ajuda com isso. Como em jogos anteriores, certas áreas são consideradas proibidas até que você seja forte o suficiente para se aventurar nelas. E eu quero dizer proibidas MESMO.
Me vi sendo completamente humilhado com uma hit kill de um samurai porque entrei numa área muito cedo mais vezes do que posso contar.
O jogo não te dá um sinal claro de ser uma área elevada para seu nível atual.
O sistema climático e os ciclos dinâmicos de dia e noite, funcionam bem. É aqui que minhas queixas com Assassin’s Creed Shadows começam a aparecer, no entanto.
Por exemplo, a vida selvagem está em todo lugar seja nas cidades, vilarejos ou montanhas e até nos imponentes castelos, mas parece muito aleatória para fazer sentido, e você não pode matar animais neste jogo, então a fauna não serve a um propósito além da estética visual.
Além disso, os NPCs estão vivendo suas vidas em todos os lugares, mas como em títulos anteriores, eles são repetitivos e nunca mostram nenhuma expressão facial, o que se torna irritante em determinado ponto.
Progressão e Exploração
Se você escolher jogar pelo modo não guiado, você terá que explorar naturalmente o mundo aberto e encontrar seus objetivos com base em pistas e dicas, o que é bom o suficiente se você tiver tempo para isso.
Explorar o Japão em Assassin’s Creed Shadows é bom o suficiente, e há muitos cenários e locais escondidos para descobrir em mais um mapa enorme de Assassin’s Creed.
Os Protagonistas
Já o sistema de protagonista duplo é decente o suficiente, e oferece uma boa distribuição entre táticas.
Em 2015, Assassin’s Creed Syndicate foi lançado com um modelo operacional semelhante, mas Jacob e Evie Frye não pareciam diferentes o suficiente.
Em Shadows, Yasuke e Naoe são polos opostos, e eles não poderiam ser mais diferentes se tentassem.
Yasuke é pesado, mas imensamente poderoso ( até poderoso demais na minha visão ) e imponente.
Naoe está no outro extremo do espectro – ela é leve, ágil e furtiva, mas muito mais suscetível a sucumbir a uma morte brutal nas mãos de inimigos.
Eu enfatizei que Naoe é a personagem mais divertida de se jogar? Ela é tão rápida e fluida, e sua mecânica de combate é intensa e tão naturalmente interessante que muito me recordou por alguns momentos quando a Ubisoft criava um bom jogo da franquia.
Ambos os protagonistas tem uma divisão muito intencional, e você frequentemente tem a opção de jogar certas sequências como qualquer personagem.
Se você prefere a mão mais pesada de um samurai blindado, então opte por Yasuke. Mas se você quer controlar um shinobi veloz e ter o Stealth que tornou a franquia tão reconhecida, então você escolherá Naoe.
A atuação de cada personagem também é excelente, com destaque especial para a atriz de Naoe, Masumi Tsunoda, que faz sua estreia importante nos videogames em Shadows.
Você pode estar notando que eu não estou focando no Yasuke, mas existe uma boa razão para isso.
AC Shadows NÃO precisava do Yasuke
Assasin’s Creed Shadows foi criado para Naoe, não para Yasuke, e isso se torna evidente quando se joga com ambos.
Digo por todos quando recomendo a não jogar pela primeira vez com Yasuke caso queria ter a real proposta do NOVO jogo, e não momentos de recordação de jogos anteriores.
Armas, Habilidades e Combate
Mas voltando a análise, há muitas armas para se familiarizar, habilidades em abundância e pilhas de habilidades para aprender.
O sistema de habilidades funciona de forma semelhante a todos os jogos Assassin’s Creed desde 2017.
Mas esses não são guerreiros semideuses, então eles estão um pouco mais presos ao realismo, o que eu adoro.
Uma reclamação que tenho sobre a mecânica de combate é que os movimentos de finalização ficam muito velhos, muito rápidos.
Em uma única luta, você pode ver o mesmo movimento final sendo executado várias vezes, o que não é uma boa experiência a longo prazo.
O jogo tem algumas das melhores mecânicas de stealth da franquia, mas as sequências de combate aberto poderiam ser um pouco melhores.
Além disso, Yasuke pode ser um monstro fenomenal, mas, meu Deus, ele é desajeitado. Conforme você corre, ele vai colidir com tudo, de barris a cercas e de telas a portas, caindo de cabeça em todos os objetos quebráveis do mundo.
Missões mais do mesmo
Expliquei que o mundo em Assassin’s Creed Shadows é lindo e uma maravilha para explorar, mas o conteúdo significativo espalhado pelo mundo é bem mais do mesmo de jogos anteriores.
A maioria dos objetivos secundários que peguei enquanto explorava eram missões simples como ‘Mate 100 Inimigos Nesta Região ‘ ou ‘Encontre 10 Coisas Nesta Cidade’.
O que inicialmente é bem divertido enquanto se explora o mapa porém se torna repetitivo e monótono.
A trilha sonora e os visuais misturados com as peças do cenário e a atuação ganham pontos altos para mim, mas são as coisas secundárias que precisam ser aprimoradas.
Simplesmente não há muito peso no conteúdo secundário. Os contratos secundários, os Projetos das Sombras, a caça aos colecionáveis – tudo é insosso e rapidamente se torna chato.
Se você quiser eliminar todos os alvos que aparecerem, você também terá uma gameplay bem monótona. Conforme eu me aprofundava em Assassin’s Creed Shadows, eu me vi constantemente encontrando mais círculos de inimigos para assassinar até a exaustão.
Portanto, antes de comprar…
Creio que essa Review tenha pontos para justificar seu interesse pela compra, e os visuais do jogo, o mundo deslumbrante e a campanha cinematográfica contribuem para que eu recomende o título.
No entanto, as rachaduras nas fundações do jogo são evidentes, as falhas que existem há anos estão do mesmo jeito e não é uma mudança suficiente da fórmula que conhecemos há anos para parecer tão diferente da expectativa que foi prometida.
AC Shadows tem seus pontos positivos, principalmente o ótimo stealth, mas infelizmente outros pontos negativos e as polêmicas podem ser uma pedra no sapato da Ubisoft.
Ainda falta muito para que ela volte a ser a grande empresa que um dia já foi ou que a franquia volte a ser o que um dia já foi, mas deu um primeiro passo interessante.
Isso irá refletir em seus futuros jogos ? Bem, isso não posso dizer seja como crítico ou como fã.
Nota: 7.8/10
Jogado no Playstation 5 Pro.
Sobre as polêmicas (e lacradas) do jogo, confira aqui.
Assassin’s Creed Shadows: O Samurai Negro (e Gay!?) Que Fez o Japão Rir (e Chorar)