Ator anão protesta contra Disney por exclusão em Branca de Neve

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Com a estreia da versão live-action de Branca de Neve da Disney se aproximando, marcada para este fim de semana nos cinemas, um grupo de atores anões está organizando um protesto contundente fora dos estúdios da empresa. Eles estão revoltados com a decisão da Disney de excluir atores anões dos papéis dos Sete Anões – personagens icônicos chamados em português de Dunga, Soneca, Mestre, Dengoso, Feliz, Atchim e Zangado – e substituí-los por imagens geradas por computador (CGI). A atriz anã Ali Chapman foi direta ao expressar sua indignação, classificando a produção da Disney como “uma completa traição”. Seu marido, também ator anão, complementou: “Fomos totalmente excluídos, mas não vamos desistir. Já é difícil o bastante em Hollywood. Todos lutam para realizar seus sonhos, e quando você é uma pessoa de baixa estatura, as oportunidades são escassas. Eu nasci para interpretar Dunga.” Além do casal, vários outros atores anões, muitos com sólida experiência em teatro e cinema, estão se unindo ao movimento. Eles argumentam que a escolha da Disney não só lhes rouba uma chance rara de trabalho, mas também reforça a ideia de que suas características físicas são algo a ser escondido ou substituído por tecnologia. O protesto, que deve reunir dezenas de participantes, incluindo atores, ativistas e apoiadores, busca expor a hipocrisia de Hollywood e a falta de oportunidades reais para pessoas de baixa estatura na indústria do entretenimento.

A Decisão da Disney e a Controvérsia

A controvérsia que agora culmina nesse protesto começou há meses, quando a Disney anunciou que não escalaria atores anões para os papéis dos Sete Anões no remake de Branca de Neve. Inicialmente, a empresa planejou substituir os anões por “seres mágicos” de tamanho normal, uma decisão que gerou críticas por contradizer os discursos de inclusão tão propagandeados pela companhia. Diante da reação negativa, a Disney recuou e optou por usar CGI para representar os anões, uma solução que muitos consideram superficial e covarde. O organizador do protesto, cuja identidade ainda não foi amplamente divulgada, declarou com firmeza: “Se Hollywood realmente valoriza inclusão e diversidade, por que não escalar atores anões talentosos para esses papéis? Este é um momento decisivo na história. O movimento por igualdade é louvável, mas quando se trata de pessoas de baixa estatura, parece que ninguém em Hollywood quer ouvir.”

A origem desse imbróglio remonta aos comentários do ator Peter Dinklage, conhecido por seu papel como Tyrion Lannister em Game of Thrones. Em janeiro de 2022, durante uma entrevista no podcast WTF with Marc Maron, Dinklage criticou os planos iniciais do remake, que previam a inclusão de atores anões. Ele chamou a história original de “atrasada” e questionou: “Você está sendo progressivo de um lado, mas ainda faz aquela história retrógrada sobre sete anões vivendo numa caverna juntos. O que você está fazendo, cara? Eu não fiz nenhum favor ao meu povo?” Suas palavras desencadearam um debate sobre a representação de pessoas de baixa estatura na mídia e pressionaram a Disney a revisar sua abordagem. Em resposta, a empresa emitiu um comunicado afirmando que, “para evitar reforçar estereótipos do filme animado original”, adotaria “uma abordagem diferente” com os sete personagens, consultando membros da comunidade de nanismo. O resultado foi a substituição dos Sete Anões por “seres mágicos” multirraciais e diversificados. Contudo, quando fotos do set vazaram, revelando atores de tamanho normal nesses papéis, a indignação explodiu nas redes sociais. A Disney então anunciou o uso de CGI, mas a medida foi vista como uma tentativa desajeitada de apaziguar os críticos sem resolver a questão central: a exclusão de atores anões de papéis que lhes pertenciam por direito.

A Reação dos Fãs e dos Atores Anões

 

A reação à guinada da Disney foi majoritariamente negativa entre os atores anões e os fãs da história clássica. Dylan Postl, um ator anão conhecido por sua carreira na WWE como Hornswoggle, foi incisivo ao condenar a decisão: “É uma vergonha que a Disney tenha optado por não escalar atores anões para esses papéis. Isso rouba oportunidades de trabalho de uma comunidade que já enfrenta barreiras enormes em Hollywood.” Nas redes sociais, fãs expressaram sua frustração com igual veemência. Um usuário do Twitter escreveu: “Os Sete Anões são parte essencial de Branca de Neve. Substituí-los por ‘seres mágicos’ ou CGI é um desrespeito à história e aos atores anões que poderiam dar vida a esses personagens.” A revolta reflete um sentimento mais amplo de que a Disney, ao tentar evitar estereótipos, acabou traindo a autenticidade do conto e marginalizando ainda mais um grupo já pouco representado. Alguns defensores da empresa argumentaram que a mudança busca modernizar a narrativa para um público contemporâneo, mas essa justificativa foi amplamente rejeitada como uma desculpa para uma correção política mal planejada que ignora as vozes dos próprios afetados.

Uma Oportunidade Perdida para a Inclusão Real

A controvérsia em torno do remake de Branca de Neve expõe as falhas gritantes da obsessão de Hollywood com a cultura “woke”. Ao decidir não escalar atores anões para os papéis dos Sete Anões, a Disney não só privou uma comunidade historicamente marginalizada de oportunidades de trabalho, mas também comprometeu a essência de uma história amada por gerações. A substituição dos anões por “seres mágicos” ou CGI, longe de ser uma solução progressista, revela-se uma manobra performativa que mascara a exclusão sob o véu da inclusão. Para muitos conservadores, esse caso é emblemático dos excessos da correção política: em vez de honrar a tradição e oferecer papéis a atores anões qualificados, a Disney cedeu às pressões de uma elite desconectada, sacrificando autenticidade e mérito em nome de uma agenda superficial. A empresa teve a chance de fazer história ao celebrar a diversidade genuína, mas escolheu um caminho que alienou fãs e atores anões, deixando um gosto amargo de traição e uma lição clara: a verdadeira inclusão exige ouvir todas as vozes, não apenas as que ecoam nos corredores do poder progressista.

Ator de Branca de Neve fala sobre controvérsias na estreia do filme

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