Walter Emanuel Jones, eternizado na cultura pop como o Ranger Negro na série “Mighty Morphin’ Power Rangers”, manifestou-se contra declarações do ex-roteirista e ator de voz Tony Oliver, que expressou arrependimento pela designação de cores aos personagens. Oliver havia admitido que ninguém da produção percebeu o potencial problema em atribuir o ranger negro ao personagem afro-americano e o ranger amarelo a uma personagem asiática, classificando isso como um “erro” de “racismo inconsciente”.
Em resposta direta à confissão, Jones publicou em seu Instagram uma mensagem contundente acompanhada de manchetes sobre as declarações de Oliver: “Incrível como muitos meios de comunicação abordaram isso… No entanto, enquanto alguns buscam o negativo, sempre acreditei em focar no positivo”.
O ator destacou que entende a preocupação com sensibilidade cultural, mas argumenta que considerar a escolha um “erro” diminui o impacto positivo que seu personagem teve. “Não foi um erro, foi um marco. Foi uma honra”, enfatizou Jones, defendendo a importância de seu papel como o primeiro super-herói negro transformável da televisão.
Legado de Representatividade: “Queria Este Traje e Ele Era Meu”
Jones complementou sua defesa compartilhando uma entrevista concedida ao podcast “Toon’d In with Jim Cummings”, onde já havia discutido o tema meses antes. Nela, o ator revelou que sua experiência como Ranger Negro foi profundamente significativa, especialmente por ter crescido em uma comunidade predominantemente negra.
“A ideia de ser um personagem negro nunca me incomodou”, afirmou o ator. “Na verdade, fiquei feliz com isso. Quando vi o traje, eu disse ‘Eu quero este’ e eles disseram ‘Este é seu'”. Essa declaração demonstra que seu posicionamento não é uma reação momentânea, mas uma visão consistente que mantém há anos.
Para Jones, o valor de sua participação na série está no impacto geracional que causou. Milhares de crianças negras puderam se ver representadas em um super-herói poderoso e carismático na televisão. Ao rejeitar a narrativa de “erro” proposta por Oliver, o ator reafirma o orgulho de ter sido parte de um momento histórico na representatividade televisiva.
A postura de Jones convida a uma reflexão sobre como interpretamos retrospectivamente as escolhas da mídia das décadas passadas, sugerindo que, por vezes, o que hoje poderia ser visto como problemático, na época representou um avanço significativo em termos de inclusão e visibilidade para comunidades sub-representadas na televisão infantil.