Ava DuVernay culpa racismo por falta de interesse em seu novo filme

Compartilhe:

A cineasta Ava DuVernay fez declarações polêmicas ao promover seu novo filme, Origin. Ela comparou a falta de interesse da audiência em seu longa biográfico com o aguardado Oppenheimer, de Christopher Nolan, atribuindo a diferença a racismo e sexismo.

Origin conta a história da jornalista negra Isabel Wilkerson, ganhadora do Pulitzer por sua cobertura da Grande Migração Negra americana. Já Oppenheimer retrata o físico J. Robert Oppenheimer, um dos criadores da bomba atômica.

Questionada sobre como atrair o público para um “filme de processo” sobre uma mulher negra, DuVernay disparou: “Você aguenta três horas sobre o processo dele [Oppenheimer] fazer uma bomba. Vai aguentar duas horas sobre o processo intelectual dela [Wilkerson]?”

A diretora afirmou que há resistência em acompanhar a jornada intelectual de uma mulher negra. “Se fosse um homem fazendo uma bomba, você assistiria. Mas uma mulher negra buscando conhecimento, é válido o suficiente pra você? Fomos treinados que essa voz não é o centro”, criticou.

As declarações geraram controvérsia, com muitos acusando DuVernay de forçar a questão racial e de gênero em uma comparação descabida entre os filmes. Apontaram também a importância histórica crucial da criação da bomba atômica, em contraste com uma biografia pouco conhecida.

De toda forma, a postura combativa de DuVernay ganhou apoio entre setores progressistas. Origin ainda não tem data de estreia definida. Resta saber se a polêmica ajudará a atrair público para um filme que, pelas declarações da diretora, promete colocar mulheres negras no centro da narrativa.

Publicidade
Publicidade