Avowed Review – Mais um RPG sem história e sem graça

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Um mundo bem construído que é desperdiçado por cenários repetitivos e uma história que não existe.

Avowed, novo jogo da Obsidian virá no dia 18 de Fevereiro e já conta com acesso antecipado aos que adquiriram a versão premium.

Um RPG de fantasia com combate de ação que se passa no mesmo universo dos antigos jogos Pillars of Eternity.

Confira a nossa Review da nova aposta da Obsidian, escrita por Andros.

 

Ambientação

Em vez de ser um grande mundo aberto, as terras vivas são uma série de áreas abertas separadas por telas de carregamento entre elas.

As Terras Vivas têm muita flora e fauna coloridas — a flora que você pode comer para ter saúde ou jogar como uma granada, enquanto a fauna normalmente está lá para te matar.

Ela também tem muitas vistas deslumbrantes e alguns cenários ideais para quem gosta de utilizar o modo foto, nada mais.

 

História e Personagens

O problema se inicia na história, que por ser MUITO abrangente fez pouco para me prender. Você está jogando como um “Enviado” de um imperador invisível.

Você vai investigar uma “praga” conhecida como Dreamscourge, que está se espalhando pelo mundo e transformando as pessoas em criaturas irracionais.

É um enredo de fantasia bem genérico. Ele se aprofunda BEM MAIS TARDE ao longo da jogatina. Há escolhas aparentemente difíceis a serem feitas, mas não ajuda por ter personagens sem qualquer carisma.

Você eventualmente coletará quatro companheiros. Os dois primeiros são bem genéricos, tão genéricos que infelizmente não consigo dizer mais nada a respeito deles.

O terceiro companheiro é bem deprimente, mas pelo menos tem uma história de fundo mais intrigante.

O quarto vem como um raio de energia muito necessário, cheio de humor maluco e insinuações até que engraçadas em certos momentos.

 

Gameplay, Combate e Progressão

O combate em Avowed é um dos seus maiores pontos fortes, e fracos também.

O ponto forte é que o jogo tem uma vasta gama de armas e feitiços. Porém essa variedade com o tempo se limita a uma série de momentos onde você só irá conseguir matar determinados inimigos com armas e magias específicas.

Isso ocorre por conta do balanceamento quebrado do jogo. Eu realmente senti que o sistema de combate e armadura do jogo não quer que você passe rapidamente pelos pontos principais da história.

Ele quer que você dedique seu tempo à exploração e às missões secundárias. Missões estas bem escasas, isso que estamos falando de um RPG.

Se você é mais do tipo de jogador que “primeiro a missão principal, depois as missões secundárias”, você se verá forçado a parar sua progressão em muitos momentos para poder fazer um farming de equipamentos e armas melhores.

Tudo isso com seus companheiros que irão recorrentemente lembrar você de trocar e fazer upgrade de seus equipamentos, o que é legal nas primeiras duas vezes e irritante na vigésima.

Parece não haver romance, o que é uma pena — especialmente quando comparado à oferta recente nesse sentido de Kingdom Come: Deliverance II.

O jogo também não tem um vilão, não de forma clara.

Ele faz esforços admiráveis para manter as verdadeiras intenções de vários personagens ambíguas, além de oferecer lados diferentes em vários debates relacionados à história porém que não dão a mínima sensação de seriedade.

Muitas vezes, você pode conseguir uma trégua em vez de uma grande batalha contra um chefe, muitas vezes mesmo.

Isso significa que o jogo carece de um pouco de urgência e de uma maior falta de opções de combate já que você pode simplesmente não lutar se assim quiser em vários momentos.

 

Interações (ou a falta delas)

Um ponto que vale destacar é a falta de interação dos NPC’s que são apenas moldes programados num mundo vivo onde eles te vêem, mas não interagem.

Fiz uma missão secundária onde tinha de livrar uma casa de alguns monstros, e o NPC havia dito com bastante clareza para não saquear sua casa.

Limpei tudo o que pude de sua residência e o máximo de consequência foi um companheiro me falar que viu o que fiz e simplesmente virar as costas.

E minha crítica principal é a falta de um grande vilão : a ameaça é uma praga, não um grande rival, o que faz com que pareça um pouco unilateral.

 

Tudo isso torna o jogo uma mistura de farming de ítens com foco em sidequest obrigatória para avançar na campanha principal.

O mundo é lindo e o combate é satisfatório, mas vale a pena comprar ? Honestamente, jogaria no game pass ao invés de adquirir por preço cheio.

 

Nota: 4/10

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