Batman em Crise: Bruce faz Reflexão de Sua Violência em Gotham

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Atenção para spoilers de Batman: The Brave and the Bold #6!

Batman ama sua cidade e faz de tudo para protegê-la, mas muita coisa mudou desde que ele começou a combater o crime. Agora, mais velho e cansado, mentalmente abalado, e com seus aliados da “BatFamília” divididos na atual saga Guerra de Gotham, o Homem-Morcego reavalia seus métodos violentos e reflete se realmente tem sido um herói. Afinal, Gotham City continua repleta de bandidos e a maldade continua sendo perpetuada diariamente.

Sinais de Desgaste e Abalos Mentais

Só para recapitular, ao longo da saga Knight Terrors, Batman ficou visivelmente mais lento, sentindo o peso da idade, e passou a apresentar indícios de danos mentais, que vêm escalando com a ascensão de Zur-En-Arrh. Essa figura é uma persona interna criada pelo próprio Bruce Wayne como contingência de manipulação cerebral, mas que, ao longo dos últimos meses, vem ameaçando tomar o controle.

Divisões na “BatFamília”

Ainda desgastado pelos eventos de Knight Terrors, Batman entrou em conflito com a Mulher-Gato na atual saga, Guerra de Gotham.

Selina Kyle acredita que os criminosos de baixo escalão que agem por desespero podem ser treinados para atingir os ultrarricos, e, assim, não terem mais que recorrer ao trabalho oferecido por supercriminosos como Coringa e Pinguim. Bruce Wayne, por outro lado, acredita que não existe crime sem vítimas, argumentando que seus pais foram mortos apenas por serem ricos.

Isso dividiu a BatFamília, e apenas seu filho, o Robin Damian Wayne, ficou ao seu lado. O Homem-Morcego anda tão instável que perdeu todos seus recursos em uma derrota humilhante imposta pelo Asa Noturna, depois de ter reprogramado a mente de Jason Todd, seu ex-Robin que atualmente é o Capuz Vermelho.

Questionando a Violência

 

 

Ainda com todo o seu equipamento, “Bryce” tenta vários exercícios e regimes de treinamento na esperança de que a memória muscular traga sua vida passada de volta à sua consciência. Depois de brigar com os novos vizinhos, o herói, então, reflete sobre a facilidade com que a violência chega até ele.

“De alguma forma, sinto-me confiante e confortável quando uso a violência. Eu não deveria ser mais prejudicial do que o problema que estou tentando resolver”, reflete o Homem-Morcego, admitindo sua falha enquanto confronta a possível hipocrisia dos seus métodos de combate ao crime.

Grant Morrinson já fez declarações polêmicas sobre o Batman e suas formas de agir contra o crime. Morrison deu uma entrevista em 2012 para a revista Playboy, em que ele projetava seus pensamentos mais profundos sobre as motivações e a mente dos super-heróis.

Eu me interessei pelo elemento de classe do Batman: ele é um homem rico que bate em pessoas pobres. É uma missão bastante bizarra sair à noite vestido de morcego e dar socos em drogados. E, então, ele vai para casa e vive em uma mansão. Há uma qualidade aspiracional nele — ele é um fora da lei e pode comprar qualquer coisa. Ele tem um novo Batmóvel a cada filme. Ele é muito plutoniano no sentido de que é rico e também no sentido de ser sexualmente divergente. A homossexualidade é construída dentro do Batman. Não estou usando gay no sentido pejorativo, mas Batman é muito, muito gay. Não há como negar. Obviamente, como um personagem fictício, ele pretende ser heterossexual; mas a base de todo o conceito é totalmente gay. Acho que é por isso que as pessoas gostam. Todas essas mulheres gostam dele e todas usam roupas de fetiche e pulam pelos telhados para chegar até ele. Ele não se importa, está mais interessado em sair com um cara velho e com um garoto.

Em uma entrevista cedida para o CBR, o irlandês e falastrão Garth Ennis, criador de The Boys, falou sobre as motivações de Batman em uma minissérie adulta que produziu ao lado do artista Liam Sharp, chamada de Batman: Reptilian.

Estamos falando de um aristocrata bilionário que bate em pessoas pobres, assim como em doentes mentais. Eu não sei o que isso tem a ver com um código de honra, mas certamente apela ao meu senso de humor – que provavelmente foi a minha maneira de escrever o personagem; e a razão pela qual eu gostei de escrevê-lo mais do que poderia.

Fica claro que a DC Comics tem reavaliado o papel do Batman e o que ele realmente tem feito para melhorar Gotham City ao longo dos anos. O fato de ele admitir abertamente que se sente “mais confortável ao usar a violência” e a escalada da influência da persona assassina Zur-En-Arrh provavelmente são parte da reformulação que o herói sofre atualmente na fase Dawn of DC.

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