‘Cruzado e Encapuzado’ é a nova vítima da lacrate
Por Claudio Dirani
Quando o mundo já experimentava os primeiros impactos da Segunda Grande Guerra, um personagem misterioso, trajando capa e capuz pretos como um morcego humano, invadiu as páginas da edição nº 27 da Detective Comics, anunciando a chegada de uma nova era para a cultura pop.
A primeira aparição de Batman em 1939, caros leitores do homem-morcego – realmente parecia ter inspirado o escopo da série animada que acaba de chegar à Amazon Prime: Batman: Cruzado e Encapuzado – ou Caped Crusader, como é seu título original em inglês.
A verdade é que, sem tempo para respirar, os fãs acabam alvejados por um soco do Coringa bem no meio do estômago…
Para tristeza de quem apostava no poder da tradição do personagem criado por Bob Kane, testemunhar a mudança de gênero do vilão Pinguim só empurrou a nova atração do streaming para a mesma vala onde se encontram hoje as vítimas da cultura woke.
Batman: pura false flag
A decepção – que não demora nem um pouquinho para assombrar o 1º episódio de Cruzado e Encapuzado – não parecia ter lugar na produção. Ao menos, de acordo com um dos showrunners da atração, Bruce Timm. À primeira vista, a expectativa era de que o show seguiria o evangelho do Homem-Morcego à risca, e com ambientação nos charmosos anos 40.
“Batman está tão no começo de sua carreira que no primeiro episódio ele ainda é um mito urbano”, comentou o xará de Bruce Wayne.
“Eu queria torná-lo meio estranho e assustador. Se você está preso em uma sala com o Batman, seja você o Comissário Gordon ou Barbara Gordon ou Renee Montoya, você não se sente confortável. Você fica tipo, ‘O que é esse cara? Do que se trata tudo isso?’”, elaborou o produtor.
Dito isso, para quem esperava pelos 8 episódios da série com ansiedade – e confiava no envolvimento de Matt Reeves (do longa The Batman) – ouvir, logo de cara, que o Batman teria pela frente “a” Pinguim, causou um efeito dos mais brochantes, a ponto de muitos desistirem de conferir os capítulos restantes da primeira temporada.
As alterações não param na mudança de sexo de Oswald Cobblepott, que agora se chama Oswalda.
A dubladora da Penguin, contudo, só rasgou elogios para a mudança, citando a já manjada “representatividade”, que agrediu bastante a gigante fanbase dos personagens.
“Foi uma ótima releitura. É incrível, pois muitas vezes hoje estamos tentando corrigir o equilíbrio da representação e às vezes você sente que as coisas foram calçadas à força – é mais performático do que orgânico. Isso é orgânico – é crível que esse personagem bizarro, estranho e maior que a vida não tenha gênero porque é a essência do Pinguim”, afirmou Minnie durante a San Diego Comic-Con, em sinal de total aprovação à lacrate.
Até o momento, nenhum dos responsáveis por Batman: Cruzado, e Encapuzado se manifestou sobre as mudanças. Nem sobre a Pinguim, nem sobre Harley Quinn (sobre esta última, a surpresa fica para quem ainda não assistiu!). Contudo, as recentes incursões de J. J. Abrams em Star Wars não podem ser ignoradas.
Batwoke sinal à vista!