Era uma vez, não muito tempo atrás, um mundo onde os jogos vinham completos ao serem lançados. Naquela época quase mítica, ao comprar um título, você recebia todo o conteúdo: história, trajes alternativos, modos multiplayer e extras, tudo incluído no disco ou cartucho. Os pacotes de expansão que eventualmente surgiam ofereciam valor real – novas campanhas inteiras ou ajustes significativos de mecânicas, como no caso de Starcraft: Brood War. Mas tudo mudou em 2006, quando a Bethesda tomou uma decisão que alteraria para sempre o futuro dos videogames: lançar uma simples armadura para cavalos digitais por $2,50 em The Elder Scrolls IV: Oblivion. Embora ridicularizado na época, o DLC “Horse Armor” vendeu o suficiente para mostrar às empresas que os jogadores estavam dispostos a pagar por conteúdo cosmético insignificante.
A traição continua: Oblivion Remastered e o retorno do mal
Vinte anos depois, as microtransações tornaram-se tão arraigadas na indústria que existe até um gênero inteiro – o gacha – construído em torno dessa prática predatória. Agora, em um movimento que mistura nostalgia com cinismo corporativo, a Bethesda decidiu trazer de volta o infame DLC “Horse Armor” para Oblivion Remastered. Embora o pacote original esteja incluído no jogo base, a desenvolvedora bloqueou novos conjuntos de armaduras para cavalos, equipamentos para jogadores e armas exclusivamente na edição Deluxe, disponível por $10 adicionais. Este movimento não apenas celebra o “pecado original” das microtransações, mas também demonstra que, quando se trata de escolher entre princípios dos jogadores e ganância corporativa, a balança raramente favorece os primeiros. A Bethesda, embora não seja a única culpada neste cenário, perdeu uma oportunidade de ouro para estabelecer um novo padrão menos prejudicial para a indústria.
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