BMG encerra parceria com Roger Waters após declarações controversas sobre Israel e Ucrânia

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A BMG, gravadora e empresa de gerenciamento musical com sede na Alemanha, anunciou o término da sua parceria de quase uma década com o renomado músico Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd. A decisão foi motivada por comentários recentes de Waters sobre os conflitos na Ucrânia e as tensões entre Israel e Palestina, conforme divulgado pela revista “Variety” no início desta semana e confirmado pelo “The Guardian” na última terça-feira (30).

O contrato entre a BMG e Roger Waters foi estabelecido em 2016, quando a gravadora programou o lançamento de uma nova versão do álbum clássico “Dark Side of the Moon“, de 1973. Contudo, o atual presidente da BMG, Thomas Coesfeld, que assumiu o cargo em 2023, decidiu encerrar o acordo com o músico. Como resultado, a produção acabou sendo lançada pela gravadora independente Cooking Vinyl, do Reino Unido.

A BMG está agora se preparando para cortar definitivamente os laços com Roger Waters, renunciando a um catálogo musical avaliado em torno de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,4 bilhões), uma das obras mais lucrativas da indústria musical.

A decisão da BMG foi uma resposta a declarações controversas de Roger Waters, que tem sido acusado de propagar discursos preconceituosos e xenofóbicos contra judeus. O músico, que defende a causa palestina e apoia o boicote a Israel, nega veementemente ser antissemita. Contudo, shows na Alemanha foram cancelados devido às alegações, e em 2010, durante o espetáculo “The Wall Live“, Waters retratou a Estrela de Davi como uma bomba sendo despejada por um avião.

Em entrevista a Glenn Greenwald, em novembro de 2023, Waters afirmou que a decisão da BMG foi motivada por interesses pró-Israel da Bertelsmann Music Group, a empresa-mãe da gravadora. Em sua defesa, ele reiterou que não tem nada contra Israel, judeus ou o judaísmo, destacando seu posicionamento contra a subjugação e privação de direitos das pessoas comuns.

Roger Waters também foi alvo de controvérsias na Alemanha, onde utilizou um traje de estilo nazista durante uma apresentação em Berlim no ano passado. Apesar disso, venceu uma batalha judicial que permitiu sua apresentação em Frankfurt. Recentemente, ele denunciou a guerra na Ucrânia, mas suas declarações no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a convite da Rússia, geraram polêmica ao sugerir que a invasão do país em 2022 não foi provocada pela Rússia, insinuando que a Ucrânia teria dado motivos para a intervenção.

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