Cancelamento Abrupto de Stephen Colbert Gera Ondas de Choque na TV Americana
Em uma decisão que reverberou por toda a paisagem televisiva noturna, a CBS cancelou o The Late Show com Stephen Colbert, confirmando o fim do programa em maio de 2026. O anúncio marca o fim de uma era para uma das franquias mais longevas da TV aberta. No entanto, o momento do anúncio – poucos dias após Colbert criticar publicamente sua empresa controladora, a Paramount Global, por um acordo judicial com o ex-presidente Donald Trump – alimentou especulações sobre motivações mais profundas. A franquia Late Show, que começou com David Letterman em 1993 e passou para Colbert em 2015, foi um pilar da programação da CBS por mais de três décadas. Em um comunicado conjunto, executivos da CBS elogiaram Colbert como “insubstituível”, observando que a emissora irá “aposentar” a franquia inteiramente, em vez de procurar um novo apresentador. O próprio Colbert abordou a notícia durante a gravação de quinta-feira, supostamente comunicando o cancelamento à plateia, embora os detalhes de sua reação ao vivo permaneçam limitados até o momento.
Pressões Financeiras e Polêmicas Políticas Cercam o Fim do Programa
A decisão da CBS destaca as pressões econômicas que assolam os programas de televisão noturnos. Antes um pilar lucrativo da programação das emissoras, programas como o The Late Show viram sua rentabilidade corroer devido ao corte de assinaturas de TV a cabo, à ascensão do streaming sob demanda e à fragmentação do público, que muitos atribuem ao conteúdo político pesado e divisivo. A receita publicitária, tradicionalmente impulsionada pela audiência ao vivo, diminuiu à medida que os espectadores optam cada vez mais por plataformas digitais como YouTube e TikTok para consumo de comédia em pequenas doses. Analistas da indústria apontam para um “cenário desafiador”, onde os custos de produção – muitas vezes excedendo US$ 1 milhão por episódio para apresentadores de alto perfil como Colbert – superam os retornos. A declaração da CBS enquadra explicitamente o cancelamento como uma “decisão financeira”, alinhando-se aos relatos de cortes de gastos em toda a Paramount Global em meio a suas recentes atividades de fusão e incertezas econômicas. Este não é um caso isolado de Colbert; concorrentes como The Tonight Show Starring Jimmy Fallon e Jimmy Kimmel Live! também enfrentaram problemas semelhantes, embora nenhum tenha enfrentado o cancelamento definitivo ainda. Adicionando intriga ao cancelamento está sua proximidade com um acordo judicial de alto perfil entre a Paramount Global (empresa controladora da CBS) e o ex-presidente Donald Trump. A crítica pública de Colbert ao acordo milionário com Trump, dias antes do anúncio do cancelamento do programa, levanta questões sobre a tolerância corporativa à dissidência interna, especialmente em uma era em que os gigantes da mídia navegam por fusões e dinâmicas de poder político.