Chefe do Studio Trigger fala da crise no mundo dos animes!

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Não é novidade para quem acompanha as lives do Horaplay que a indústria atual dos animes é uma espécie de paradoxo! Ao mesmo tempo que temos produções tecnicamente primorosas, também temos diversos problemas graves ocorrendo nos bastidores dese tão amado setor!

Recentemente, o chefe do Studio Triger, Kazuya Masumoto, conversou com a mídia japonesa Gigazine a respeito dos problemas na indústria de animes.

O usuário do X chamado @Fufuro_Moe criou um resumo da entrevista para exemplificar esse cenário preocupante onde a figura de Masumoto se tornou uma voz revelando o que está errado e indicando possíveis soluções.

Shirobako (2014)

Masumoto revela que o orçamento para produção dos episódios há 10 anos era por volta de 100 mil dólares e que atualmente este valor varia entre 167 mil à 200 mil dólares, enquanto produções maiores variam entre 334 mil à 400 mil dólares.

Parte da mudança é devido à chegada dos streaming como Netflix, no entanto, tal ponto não é o suficiente para preencher todos os gastos que a produção terá. Masumoto levantou a dimensão internacional dos animes no quesito produção e distribuição, pois nos anos 90, a pirataria era dominante e difundiu o anime em todo mundo, criando uma gigantesca legião de fãs.

Cyberpunk: Edgerunners (2022)

O chefe do Studio Trigger também falou sobre todo trâmite de lidar com negociações de produções encomendadas pelo exterior, como no anime Cyberpunk: Mercenários. Ele ressaltou a dificuldade de estabelecer os contratos por conta das deferências linguísticas e cultura empresarial.

Entre os atuais problemas temos questões de prazo, onde a Netflix espera que o trabalho esteja completo 3 meses antes de seu lançamento (podemos especular que tal detalhe se dá devido ao trabalho de localização e dublagem para diversos países). No entanto, tal questão nunca acontece até mesmo no Japão, onde certas produções tem seu primeiro episódio pronto 1 dia antes de sua exibição. Tal quebra de contrato não afetaria o estúdio se fosse inteiramente um negócio local, agora com a Netflix, o estúdio pode acabar tendo que pagar multas.

The Boy And The Heron (2023)

Outro fator drástico são as companhias que trabalham no vermelho (cerca de 1/3 delas) onde Masumoto diz que possivelmente as empresas acabaram se fundindo no futuro, como o que aconteceu recentemente com o Studio Ghibli que se tornou uma subsidiária da Nippon Television. Lembrando que fusões de empresas japonesas voltadas para o entretenimento é algo bem comum, principalmente nos games com empresas como Sega Sammy, Bandai Nanco, Square Enix, etc.

Vivy: Fluorite Eye’s Song (2021)

A alta no orçamento das produções favoreceu adaptações de outras mídias como mangás e games justamente por serem investimentos mais seguros do que produções originais que estão em uma “era do gelo”, com ninguém querendo investir nelas.

Junto dos orçamentos, veio o aumento de salários, com Masumoto especulando que o pagamento para um animador dobrou (mais não revelou sua base de comparação). De qualquer forma, isso não resolveu o problema da falta de mão de obra que está cada vez mais escassa, com os estúdios preferindo animadores experientes do que treinar novos contribuintes, o que leva bastante tempo, sendo que a quantidade de produções só aumenta.

Masumoto então insiste na necessidade de desenvolver os recursos humanos dentro dos estúdios ao invés de terceirizar tal tarefa, apontando que outros estúdios já estão prontificando em relação a isso.

Sintetizando tudo, Mazumoto não é tímido em apontar os grandes problemas da indústria e está otimista com o futuro desta. Lembrando que existem outros fatores como terceirização de animadores chineses e coreanos devido falta de profissionais japoneses, a desistência do seguimento por parte de muitos trabalhadores que se frustram com a demanda caótica e a má remuneração, assim como os estúdios ganhando de certa forma pouco dinheiro comparado com as outras empresas que compõem os comitês de produção!

E você? O que acha a respeito das declarações de Mazumoto? Comente logo abaixo!

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