Civil War, da A24, supera expectativas de bilheteria com estreia de US$ 26 milhões

Compartilhe:

O novo lançamento do estúdio A24, Civil War, surpreendeu analistas ao arrecadar impressionantes US$ 26 milhões em seu primeiro final de semana nos cinemas norte-americanos. O filme, dirigido por Alex Garland (Ex_Machina, Aniquilação), teve o maior estreia da carreira do cineasta, superando os US$ 11 milhões de Aniquilação em 2018.

No entanto, nem tudo são flores para Civil War. Com um orçamento de produção de US$ 60 milhões, o longa precisará faturar pelo menos US$ 180 milhões nas bilheterias mundiais para ser considerado um verdadeiro sucesso financeiro. Afinal, a regra geral em Hollywood é que um filme deve arrecadar o triplo de seu orçamento para dar lucro.

Amado pela crítica, mas com reação mista do público

Enquanto os críticos especializados e cinéfilos parecem ter abraçado Civil War – o filme conta com ótimas notas no Rotten Tomatoes -, a reação do público geral tem sido mais mista. No CinemaScore, que mede a satisfação da audiência, o longa recebeu um “B-“, uma nota consideravelmente baixa.

Isso pode ser explicado pela diferença entre o que é mostrado nos trailers e o que o filme realmente entrega. Muitos espectadores podem ter se sentido “enganados” ao descobrir que Civil War é, na verdade, um drama jornalístico, bem diferente da ação explosiva sugerida pelo material promocional. Será que teremos um clássico caso de “marketing enganoso” aqui?

Sucesso entre liberais, fracasso com conservadores

Um dado curioso revelado pela pesquisa da Screen Engine/PostTrak é a divisão política do público de Civil War. Segundo o levantamento, 22% dos espectadores se identificaram como liberais, 19% como democratas e 11% como moderados. Já os republicanos registrados representaram apenas 6% da audiência, mesmo percentual dos cristãos evangélicos. Conservadores politicamente alinhados foram somente 5%.

Essa discrepância ideológica reflete uma tendência preocupante em Hollywood: a alienação do público conservador em nome de uma agenda progressista “woke”. Ao fazer filmes que apelam descaradamente para apenas um lado do espectro político, os estúdios podem estar limitando seu potencial de bilheteria e afastando uma parcela significativa dos cinéfilos.

Boca a boca negativo pode prejudicar longevidade nos cinemas

Apesar da estreia surpreendente, rivais da A24 apostam que Civil War sofrerá uma queda acentuada em seu segundo final de semana, à medida que o boca a boca negativo se espalha. Afinal, por mais que os estúdios e a imprensa especializada tentem empurrar certas narrativas, é o público quem sempre dá a palavra final.

Com a temática jornalística e a abordagem politicamente tendenciosa, será que Civil War tem apelo suficiente para atrair multidões aos cinemas por muito tempo? Ou será mais um “sucesso” superestimado de Hollywood, inflado artificialmente por uma bolha cultural cada vez mais distante da realidade? Só o tempo dirá.

Enquanto isso, outros filmes seguem sólidos na bilheteria, como “Godzilla x Kong” (US$ 15,4 milhões no final de semana), “Os Caça-Fantasmas: Mais Além” (US$ 6 milhões, totalizando US$ 96 milhões) e “Kung Fu Panda 4” (US$ 5,5 milhões, acumulando US$ 173 milhões). Mas o grande destaque continua sendo “John Wick 4”, que faturou mais US$ 4 milhões em seu sétimo final de semana, chegando aos incríveis US$ 272 milhões nos Estados Unidos e Canadá. Keanu Reeves, o último grande astro de ação de Hollywood, prova mais uma vez seu poder de atração nas bilheterias.

Brasileiro Rafael Grassetti, ex-diretor de arte de God of War, está envolvido em um projeto na Netflix

Publicidade
Publicidade