O que aconteceu com o Porta dos Fundos que todos conhecíamos e amávamos? O grupo que revolucionou o humor na internet brasileira agora não passa de mais um porta-voz da agenda progressista. Em recente entrevista ao Flow News, o humorista Gregório Duvivier demonstrou como a patrulha ideológica conseguiu domesticar até os comediantes mais irreverentes.
“Tivemos muitos erros, por exemplo, transfobia. Tem uma esquete super transfóbica que eu fiz no começo do Porta”, lamentou o humorista, referindo-se ao vídeo “Traveco da firma”, um dos clássicos do canal que acumulou milhões de visualizações justamente por ousar fazer o que a comédia sempre fez: rir do absurdo e quebrar tabus.
Duvivier, agora convertido ao altar do politicamente correto, afirmou sentir “horror” e “vergonha” do próprio trabalho. O mesmo trabalho, vale lembrar, que encheu seu bolso de dinheiro e o catapultou ao estrelato. Curiosamente, essa “vergonha” só apareceu depois que a militância começou a ditar as regras do que pode ou não ser engraçado.
Do Riso à Censura: Quando Comediantes Viram Censores
“A piada existe dentro de um contexto, tem que entender isso. O limite do humor muda conforme o dia”, justificou Duvivier, numa ginástica mental impressionante para explicar por que antes era aceitável fazer o povo rir sem filtros e agora é necessário consultar um manual de sensibilidades antes de contar uma piada.
O vídeo “Traveco da firma”, estrelado por Fábio Porchat, foi por anos um dos mais populares do canal. Hoje, segundo a nova cartilha progressista seguida à risca por Duvivier, deveria ser apagado da história. E assim, aos poucos, vai se erodindo a liberdade criativa em nome de uma suposta evolução social.
O que o comediante parece não perceber é que humor de verdade sempre foi transgressor. Sempre esteve na fronteira do aceitável, desafiando convenções e rindo do proibido. Em vez de defender a liberdade de criação, Duvivier prefere se juntar aos censores, agora vestidos com a capa da justiça social.
“O mundo está mudando o tempo todo, depende da sociedade, porque o humor é filho da sociedade”, filosofou o humorista, que parece mais preocupado em agradar a uma pequena parcela barulhenta da internet do que em defender o direito de fazer rir sem amarras.
A verdade incômoda é que o Porta dos Fundos ascendeu precisamente por não se curvar às convenções. O grupo conquistou milhões de fãs por ousar dizer o que muitos pensavam, mas tinham medo de expressar. Agora, rendido à ditadura do cancelamento, Duvivier prefere renegar seu passado a enfrentar a turba digital enfurecida.
Para os milhões de brasileiros que cresceram rindo dessas esquetes “problemáticas”, fica a sensação de que perdemos não apenas a liberdade de rir, mas também os comediantes que antes tinham coragem de nos fazer rir. Enquanto isso, Duvivier segue sua nova carreira como paladino da sensibilidade, deixando para trás o humor genuíno que o tornou relevante.
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