Megalópolis graphic novel chega em outubro pela Abrams ComicArts, escrita por Chris Ryall e ilustrada por Jacob Phillips. Porém, a guinada de tela para papel não apaga o prejuízo estimado de US$ 100 milhões, depois que o longa autofinanciado por Coppola arrecadou irrisórios US$ 14 milhões mundialmente e garantiu indicações ao Framboesa de Ouro. Além disso, o octogenário diretor vendeu parte do tradicional vinhedo da família para bancar filmagens, movimento que analistas classificaram como teimosia pura segundo o THR. Entretanto, Coppola insiste que a HQ será “uma irmã, não um eco” do filme, declarando que a arte jamais deve ser algemada por formatos; consequentemente, Ryall ganhou liberdade total para expandir a rivalidade entre o arquiteto utópico de Adam Driver e o prefeito corrupto de Giancarlo Esposito.

HQ busca leitores que Hollywood não encontrou
Entretanto, a indústria segue cética. A IGN lembrou que raramente se vê um fracasso cinematográfico tentar vida nova nas prateleiras — geralmente o fluxo é inverso. Além disso, o Deadline destacou que nem os serviços de streaming quiseram o filme após Cannes, sinal amarelo para qualquer editora. Consequentemente, a tiragem inicial de 160 páginas em capa dura (US$ 25,99) soa mais como memorabilia de colecionador do que aposta de massa.
Por fim, Megalópolis graphic novel representa a derradeira cartada de um cineasta disposto a dobrar a aposta em vez de ouvir o mercado. Porém, se o quadrinho recuperar parte do prestígio perdido, Coppola brindará com seu próprio vinho; caso contrário, restará engarrafar a ambição e admitir que até lendas precisam de editora — e, sobretudo, de público — para virar página.