Se você ainda acha que alguma produção escapará imune à contaminação do politicamente correto e à mania incessante de reescrever histórias para agradar a patrulha “woke”, sinto muito – talvez seja melhor começar a ver teletubbies. “Invencível”, a popular série de quadrinhos de Robert Kirkman (co-criador ao lado do artista Cory Walker), chegou à Amazon com a promessa de trazer ação, violência e heróis à la anos 1990, mas não se engane: há mudanças calculadas em cada episódio. Kirkman, que também serve de produtor executivo, afirma que todas as alterações feitas na animação são fruto de revisões pessoais de seu próprio trabalho original, mas a gente sabe como Hollywood opera nos bastidores – eles adoram esfregar ESG e DEI na sua cara enquanto se ajoelham perante a “lacração” do momento.
A CHEGADA DE CONQUEST E OS SPOILERS SOBRE A TERCEIRA TEMPORADA
Antes de avançar, considere-se avisado: há spoilers significativos para a Temporada 3 de “Invincible” a seguir. E se você faz parte daquela turma que só assina o streaming quando vê selo “sustentável” ou “neutro em carbono”, talvez seja melhor parar por aqui. Vamos ao que interessa: Conquest, o segundo guerreiro mais poderoso do Império Viltrumita, é dublado por Jeffrey Dean Morgan. Nos quadrinhos, esse viltrumita bigodudo aparece após o fim da Guerra Invencível para lembrar Mark de sua missão de conquistar a Terra, mas, ao ser confrontado pela recusa insistente do herói, o conquistador prontamente esmaga o jovem Viltrumita com uma demonstração brutal de força. Para quem prefere heróis melancólicos e cheios de discursos inclusivos, talvez seja demais ver esse sujeito se impondo com tamanha fúria sem pedir licença ou aprovação da ala mais “liberal” de Hollywood.
DO VILTRUMITA À VERSÃO “DEBOCHADA” PELA AMAZON”
Nos quadrinhos, Conquest sempre foi frio, certeiro e determinado a espalhar o terror onde fosse necessário, cumprindo seu trabalho sem tempo para floreios. Porém, na série de TV, Robert Kirkman decidiu, nas próprias palavras, “tornar Conquest o mais bizarro e atraente possível” – ou seja, agora temos um vilão que gargalha psicoticamente enquanto distribui sopapos e não tem o menor pudor em humilhar Mark. Kirkman confessa que revisou cada detalhe de sua obra original antes de escrever os roteiros e fez questão de deixar claro que não queria apenas reescrever a mesma história duas vezes. Ele diz que se sente na obrigação de criar algo novo quando está escrevendo para si mesmo, mas não sejamos ingênuos: Hollywood adora rechear produções de “inclusividade” e narrativas que combinem com as pautas do momento, independentemente do que os fãs originais esperam.
PERSPECTIVAS FUTURAS E A ETERNA VIGILÂNCIA CONTRA A CULTURA WOKE
A terceira temporada de “Invincible” já está disponível no Amazon Prime, com seu oitavo episódio coroando essa leva de capítulos repletos de ação e supostamente livres de censura – mas vamos combinar que, no fundo, sempre tem um dedo ali do pessoal da lacração, revisando se tudo está “adequado” para não ferir ninguém. Quanto à quarta temporada, ainda não há data oficial de lançamento, mas especula-se que veremos algum sinal de vida em 2026, provavelmente numa época em que ESG e DEI estarão ainda mais fortes nas corporações (porque parece que a indústria se diverte jogando lenha nessa fogueira). Então, fique de olho: se você é daqueles que assiste a tudo sem questionar, cuidado para não engolir goela abaixo esses discursos politicamente corretos que Hollywood adora impor. É bom curtir um bom entretenimento, mas sem deixar de notar quando ele vem embrulhado com um rótulo lacrador e repleto de ambições “woke” que nem sempre combinam com o que originalmente fez a fama de séries como “Invencível”. Afinal, a missão de qualquer fã mais conservador é permanecer atento e não cair no canto da sereia de quem quer “consertar” a todo custo uma obra que já funcionava muito bem.
Mudanças em Invincible demonstram obsessão pela diversidade a qualquer custo