O co-criador de The Last of Us, Craig Mazin, recentemente se manifestou em apoio à ideia de introduzir uma nova categoria para pessoas não-binárias nas premiações do Emmy Awards. O assunto surgiu em meio às discussões sobre as nomeações, especialmente depois que a talentosa Bella Ramsey recebeu uma indicação na categoria de ‘Melhor Atriz em Série de Drama’.
Mazin compartilhou sua perspectiva sobre a questão, destacando a importância de promover uma conversa aberta sobre gênero e reconhecimento na indústria do entretenimento. Ele expressou: “Eu falo sobre tudo com Bella, então é claro que falamos sobre isso [a indicação]. É um desafio muito interessante. Por um lado, a conversa sobre gênero transformou-se dramaticamente e de uma forma muito progressiva e positiva.”
No entanto, ele também enfatizou a necessidade de equilibrar essa mudança, observando: “Por outro lado, temos que garantir que, ao nos afastarmos das categorias de gênero, não deixemos de lado pessoas tradicionalmente negligenciadas.” Mazin fez referência ao histórico de subvalorização das mulheres em categorias que não levam em consideração o gênero, como direção e escrita. Ele reconheceu que a resposta para essa questão é complexa, mas demonstrou otimismo ao afirmar que espera que os artistas não binários sejam reconhecidos de maneira respeitosa e apropriada no futuro.
OPINIÃO
Em primeiro lugar, a introdução de uma categoria específica para não binários pode ser vista como uma forma de segregação, em vez de inclusão. O objetivo é, idealmente, eliminar a discriminação de gênero e promover a igualdade de oportunidades para todas as pessoas na indústria do entretenimento. Criar uma categoria separada para não binários pode, inadvertidamente, destacar as diferenças em vez de promover a igualdade, potencialmente levando a um aumento da estigmatização.
Além disso, as premiações já reconhecem o talento e o mérito individual, independentemente do gênero. Introduzir uma categoria específica para não binários pode sugerir que essas pessoas não podem competir em pé de igualdade nas categorias existentes. Isso poderia ser percebido como uma diminuição da legitimidade de suas realizações, em vez de um reconhecimento adequado.
Outra preocupação é que a criação de categorias separadas pode abrir um precedente para outras identidades de gênero e orientações sexuais exigirem categorias específicas, o que poderia levar à fragmentação das premiações em um número excessivo de categorias.
Sobre The Last of Us
“The Last of Us” é um dos maiores sucessos no mundo dos videogames, lançado em 2013 pela Naughty Dog para PlayStation 3 e 4. O jogo se desenrola em um futuro pós apocalíptico nos Estados Unidos, onde as pessoas são transformadas em zumbis agressivos devido a uma infecção por um fungo. O protagonista, Joel Miller, é um homem que se tornou contrabandista para sobreviver ao apocalipse, tendo sua vida transformada após a morte de sua filha.
No decorrer de sua jornada, Joel encontra Ellie, uma jovem imune ao fungo causador da doença, e juntos desenvolvem uma forte amizade para enfrentar os desafios do mundo devastado. O sucesso do jogo levou ao lançamento de uma sequência em 2020, “The Last of Us Part 2“, que apresentou Ellie como protagonista, mantendo a presença de Joel na trama. O game, lançado para PlayStation 4, foi mais uma vez aclamado pela complexidade de sua narrativa.
