Criadores de Fallout Detalham Adaptação de Elementos-Chave dos Jogos para a Série

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Em uma recente coletiva de imprensa, o desenvolvedor Jonathan Nolan e os cocriadores Graham Wagner e Geneva Robertson-Dworet compartilharam detalhes sobre como elementos essenciais da franquia de jogos Fallout foram adaptados para a nova série de TV.

A Busca pelo Tom Perfeito

Um dos maiores desafios, segundo Nolan, foi capturar o tom único de Fallout, que mistura ação, comédia e uma pitada de bizarrice. “O tom foi uma das coisas mais desafiadoras e intimidadoras para mim”, admitiu o desenvolvedor. “Mas trabalhando com Geneva e Graham, eu sabia que estaríamos em um ótimo lugar com essa história incrivelmente ambiciosa.”

Wagner, por sua vez, destacou a atenção aos detalhes da produção, citando como exemplo o penteado impecável de Chet, um personagem que acaba coberto de sangue em cena vista no trailer. “Quando eles acertaram o Brylcreem no cabelo dele, eu pensei: ‘Perfeito’. Acho que poderíamos ter feito isso em um show menor”, brincou o cocriador, acrescentando que esse tipo de detalhe é o que ele procura.

O Desafio da Power Armor

Já Robertson-Dworet ressaltou a gratidão pelo trabalho meticuloso do designer de produção Howard Cummings. “Chegar no set todos os dias era como manhã de Natal”, disse ela. “Isso é algo que Jonah trouxe para todos os seus projetos, esse incrível olho para detalhes meticulosos. Cada detalhe tem que ser perfeito, e muito disso nós fizemos fisicamente, não são apenas efeitos.”

Nolan admitiu que a icônica Power Armor dos jogos foi um dos maiores desafios técnicos da adaptação. “A Power Armor em particular foi uma daquelas coisas que você pensa: ‘Como diabos vamos fazer isso?’. Mas nós conseguimos”, celebrou.

Faccionalismo e Temas Atuais

Além do tom e dos elementos visuais, os criadores também destacaram os temas presentes em Fallout que permanecem relevantes hoje. “Acho que não são apenas o incrível tom, que mistura ação, comédia e estranheza, mas esses temas incrivelmente atuais, sendo o faccionalismo talvez o mais óbvio”, apontou Robertson-Dworet.

Ela explicou que, assim como nos jogos, onde o jogador vai de um assentamento ou facção para outra, a série explora essa dinâmica através de seus protagonistas: Ella, a moradora do Vault; Aaron, o membro da Brotherhood of Steel; e Walton, representando os Ghouls negligenciados no wasteland.

Agradar a Si Mesmo (e aos Fãs)

Quando questionado sobre a pressão de agradar aos fãs da franquia, Nolan foi direto: “Não acho que você possa se propor a agradar os fãs de nada, ou agradar qualquer pessoa além de si mesmo. Acho que você tem que entrar nisso tentando fazer o show que você quer fazer e confiar que, como fãs do jogo, encontraríamos as peças que eram essenciais para nós e tentaríamos fazer a melhor versão delas.”

O desenvolvedor acrescentou que tentar descobrir como fazer as pessoas felizes é uma “tarefa tola” e que a equipe se concentrou em fazer a si mesma feliz. “E eu me fiz muito feliz com a série”, garantiu.

Em Meio à Cultura “Woke”

Embora Fallout não pareça ter sido afetado diretamente pela crescente cultura “woke” de Hollywood, que muitas vezes prioriza mensagens políticas em detrimento da qualidade, é refrescante ver uma adaptação que honra o material original e se esforça para reproduzir os elementos amados pelos fãs.

Ao contrário de outras adaptações recentes que dividiram o público ao tentar reinventar clássicos com uma agenda moderna, a série Fallout promete ser fiel à essência dos jogos, mantendo seu humor irreverente, temas atuais e visual icônico. E se depender da paixão e dedicação de seus criadores, os fãs podem esperar uma adaptação à altura desse universo pós-apocalíptico único.

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