28 Anos Depois: Um Retorno Agridoce
Dias e semanas pularam meses e se transformaram em anos, mas a equipe por trás de 28 Dias Depois está de volta para tentar recapturar aquela mágica e, esperançosamente, extrair alguns dólares a mais de uma franquia mais adormecida do que qualquer vírus zumbi. Como vai ser? Apertem os cintos para descobrir, porque vai ser um passeio turbulento e que também fica confuso em momentos repentinos.
Nossa história começa com um prólogo onde um grupo de crianças está assistindo aos Teletubbies. Tudo está bem até que as pessoas na casa começam a vomitar a coisa vermelha, e logo o terreno é invadido pelos “zumbis” infectados e cheios de raiva. O único sobrevivente é uma criança loira, mas isso só se torna importante muito mais tarde.
Então, esse incidente passa, sem nenhum efeito no enredo, e as coisas começam “28 Anos Depois”, como diz o título. Em uma ilha fortificada ao largo da costa da Inglaterra, vive uma colônia de famílias com uma existência rústica após o apocalipse. Um dos patriarcas é Jamie (o quase Kraven, Aaron Taylor-Johnson), que está pronto para sair em uma missão em busca de suprimentos.
Isso requer uma caminhada pelo interior da Inglaterra, repleto de infectados a cada passo, que é exatamente o tipo de lugar pelo qual você gostaria de arrastar familiares vulneráveis e despreparados. Jamie pensa assim e quer levar seu filho, Spike (Alfie Williams), para lhe mostrar o mundo exterior e ajudá-lo a se tornar mais homem. Jamie está tão animado com a ideia que não se deixa dissuadir, embora todos, incluindo sua esposa (Jodie Comer), pensem que ele é um idiota.
Entre o Coração e o Exagero
O nome da esposa é Isla, e quando ela não está tendo momentos lúcidos lutando contra as ideias impulsivas do marido, ela está acamada com uma doença. Isso a deixa delirante, delusional, e está piorando. Isso impulsiona o jovem Spike a enfrentar o desconhecido mais uma vez, após uma viagem bem-sucedida com seu pai, e encontrar um médico que possa ajudar sua mãe. A única esperança é um suposto maluco recluso (interpretado por Ralph Fiennes) que se cobre de iodo e empilha crânios em montes ritualisticamente.
Esses personagens e seu enredo principal são o que dão a 28 Anos Depois seu coração e o tornam uma experiência decente. O resto é um pouco demais, já que as explorações dos infectados ao longo do caminho só adicionam coisas que eu preferia não ver. Os primeiros que pai e filho encontram são necrófagos obesos comendo tudo na terra. Eles também estão todos nus e com aparência encharcada por algum motivo.
Fica ainda mais gratuito quando somos apresentados a uma mulher grávida infectada que dá à luz em um vagão de trem abandonado uma criança normal e saudável porque o enredo precisa que isso aconteça. A criança não aumenta as apostas, mas está lá.
O pai da prole não infectada é um “alfa” chamado Samson (Chi Lewis-Parry), que é mais feroz e mais perigoso do que os infectados comuns, e ele prova isso arrancando cabeças. Se você quer mais sangue desta franquia, pode gostar disso, mas não vale a pena sofrer com as corridas frontais de Samson com a prótese de masculinidade pendurada ao vento. Qualquer um que se encolheu com Orlok em Nosferatu terá flashbacks.
Ainda mais idiota do que isso, quando Ralph Fiennes aparece, ele deixa escapar que está observando Samson há três anos, depois de paralisá-lo com um dardo de sopro embebido em morfina. Em outras palavras, Fiennes teve três anos para matar facilmente o monstro arrancador de cabeças, salvando algumas vidas, mas não o fez por causa da ‘ciência’, eu acho. Sério, que p*rra é essa?! Quão estúpido e míope você pode ser?