Tentativa Fracassada de Emocionar com História Familiar
“O Melhor do Mundo”, longa mexicano disponível na Netflix, revela sua previsibilidade desde os primeiros minutos. A produção reúne situações com força dramática pouco convincente, seguindo uma estrada de mão única que tenta transformar um conflito paternal em algo leve e descontraído, mas acaba entregando uma experiência sonolenta ao espectador.
O protagonista Gallo (Michel Brown) personifica o típico workaholic – um produtor de programa sensacionalista que vive exclusivamente para o trabalho, o que compromete sua relação familiar. Quando sua ex-esposa Alicia (Fernanda Castillo) revela um segredo guardado a sete chaves, ele embarca em uma jornada de autorreflexão ao lado do filho Benito (Martino Leonardi), repleta de descobertas que o filme tenta, sem sucesso, apresentar de forma impactante.
Entre Diálogos Forçados e Narrativa Adocicada
Dirigido por Salvador Espinosa, com roteiro de Tato Alexander e Mariano Vera, o filme busca explorar as emoções da paternidade, mas as situações que tentam espelhar a vida real frequentemente beiram o mirabolante. A produção deixa de lado subtramas potencialmente interessantes para apostar em uma narrativa ingênua, depositando toda sua confiança na força dos diálogos para abordar questões complexas.
A tentativa de transformar um assunto profundo em uma jornada inspiradora, protagonizada por um personagem sem carisma, revela-se um equívoco fundamental. A mistura desajeitada entre comédia e drama resulta em uma combinação de ingredientes que se repelem em vez de se complementarem. Embora o filme tente transmitir a mensagem positiva de que “pai é quem cuida”, o desenvolvimento arrastado da trama, com muitos momentos de respiro desnecessários, coloca à prova a paciência do espectador a cada minuto de projeção.
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