A Amazon anunciou nesta semana uma nova e ampla rodada de demissões, que afetará principalmente suas divisões de entretenimento – os estúdios Amazon MGM recém-adquiridos, o serviço de streaming Prime Video e a plataforma de transmissão ao vivo Twitch. Ao todo, espera-se que mais de 1,2 mil funcionários percam seus empregos.
As demissões fazem parte de um esforço contínuo da Amazon para cortar custos e priorizar áreas de negócios mais lucrativas, depois de contratar demais durante a pandemia esperando um crescimento maior do que o que se concretizou.
Mike Hopkins, vice-presidente dos Amazon Studios, informou por e-mail que várias centenas de vagas serão cortadas entre o Prime Video e os estúdios MGM, adquiridos em março passado por US$ 8,5 bilhões. Era a segunda maior aquisição da história da Amazon.
Já o CEO do Twitch, Dan Clancy, disse aos funcionários que a plataforma demitirá mais de 500 pessoas apenas nos Estados Unidos. O Twitch cresceu muito durante a pandemia, mas vem perdendo espaço para rivais como o YouTube Gaming.
Tanto Hopkins quanto Clancy citaram, em comunicados aos funcionários, a necessidade de fazer um “reajuste” diante das previsões menos otimistas para o crescimento futuro do negócio. As demissões ocorrem depois de a Amazon já ter cortado mais de 27 mil empregos nos últimos meses.
Críticas aos investimentos da Amazon
Apesar do discurso oficial, analistas acreditam que os novos cortes têm também a ver com uma série de estratégias malsucedidas da Amazon no setor de entretenimento e streaming.
Entre os fracassos recentes, podem ser citados a absurda primeira temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, criticada por fãs pelo enredo cheio de invenções desnecessárias e acusações de lacração; a queda abrupta em popularidade do Twitch, depois que a plataforma passou a permitir conteúdos sensuais que afastaram parte da audiência; e os resultados aquém do esperado de filmes caros do catálogo da MGM, como o último longa de James Bond, Sem Tempo Para Morrer.
Diante desses tropeços, a Amazon estaria finalmente admitindo que superdimensionou seus investimentos milionários e precisa fazer um ajuste de rota. A companhia vem sendo criticada também por ter se distanciado demais de seu core business, o varejo online, para investir em setores ainda não dominados por sua expertise.
Mesmo com as demissões, porém, a Amazon seguirá sendo uma das big techs que mais empregam no mundo, com mais de 1,5 milhão de funcionários. E não deve desistir tão cedo de desafiar a liderança da Netflix e Disney+ no mercado de streaming.
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