Demolidor da Netflix: o “esquenta” até o retorno do Homem Sem Medo

Demolidor

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Confira um resumo especial da saga até a chegada de “Renascido” no Disney Plus

Bem-vindos ao ano de 2015. Estamos aqui para revisitar uma época em que a cultura woke não havia destruído totalmente os roteiros – principalmente, de séries e filmes de super-heróis. 

Para refrescar a memória de como uma atração é capaz de engajar fãs de HQs e do Marvel Cinematic Universe – o MCU – vamos resgatar, talvez, a melhor série já produzida do gênero. Sim, estamos falando de Demolidor, da Netflix. 

Todas as 3 temporadas do programa, além do spin-off Defensores, que reúne a identidade secreta de Matt Murdock com Luke Cage, Justiceiro, Punho de Ferro e Jessica Jones, estão hoje hospedadas no Disney Plus, que se prepara para lançar no próximo dia 4 de março a sua leitura do Homem Sem Medo: Demolidor: Renascido.

A série, que passou por uma verdadeira devassa criativa, tem a missão de limpar a barra do que os roteiristas fizeram com o Demônio de Hell’s Kitchen em She-Hulk. Para isso, a promessa é de que Demolidor: Renascido seja ainda mais violento e emocionante que a série original Netflix.

 

Que tal relembrar como tudo começou?

 

DEMOLIDOR – 1ª TEMPORADA – O ÉPICO DA NETFLIX

Se lhe perguntassem hoje: “qual foi a melhor série já feita sobre o universo Marvel – ou de qualquer super-herói”, qual seria a sua resposta? A minha seria a 1ª temporada de Demolidor.

Não apenas por seu clima noir (a maioria das cenas foram rodadas à noite), a estreia do Demônio de Hell’s Kitchen, protagonizado pelo inglês Charlie Cox, pode ser considerada um marco do gênero.

O criador Drew Goddard e os showrunners Kati Johnston, Sonay Hoffman e Evan Perazzo foram capazes de reunir em 13 episódios uma combinação do melhor do cânone do personagem saído das HQs da Marvel em 1964 com elementos adaptados para a TV – no caso, a plataforma de streaming Netflix – onde as licenças criativas não deturparam, de forma alguma, a essência do herói. 

Outro ponto de extrema relevância em Demolidor está na construção dos personagens. Os coadjuvantes foram muito bem explorados pelos roteiristas, principalmente no que se refere ao conteúdo biográfico.

Nesse quesito, Wilson Fisk, o Rei do Crime (Vincent D’Onofrio) é um show à parte. O confronto final com o Demolidor é uma obra-prima, assim como os flashbacks que revelam como sua ira pelo pai o transformou em um ser cheio de traumas e com sede de vingança.    

Outros pontos memoráveis (e são tantos) incluem a operação do FBI para deter Fisk e seus capangas ao som da ópera Nessun Dorma. A direção aqui mereceria um Emmy, assim como na sequência de fuga do carro da polícia do vilão. 

Mais um destaque de Demolidor (que também tem sua origem contada por meio de flashbacks) é sua jornada de herói. O clímax é uma espécie de “premiação” que o herói recebe ao trocar o uniforme improvisado por sua armadura vermelha com o duplo D no peito.

Em suma, Demolidor – 1ª temporada – é uma atração para fãs e para o público geral que dificilmente não será convertido ao final do 13º episódio.

 

DEMOLIDOR – 2ª TEMPORADA

O retorno de Demolidor, após a resposta positiva de público e crítica, não demorou para acontecer. Em março de 2016, o Homem Sem Medo estava pronto para dar sequência à sua luta contra as ameaças que tomam conta da região de Manhattan traduzida em português como Cozinha do Inferno.

Muitos fãs, aliás, colocam a segunda temporada lado a lado com sua estreia, por conta da entrada de dois gigantes das HQs: Frank Castle, o Justiceiro (Jon Bernthal) e Elektra Natchios (Elodie Yung). Ambos têm funções bastante definidas nos 13 episódios exibidos pela Netflix, e suas ações influenciam diretamente no futuro de Matt Murdock – incluindo a vida pessoal.

Elektra, como é revelado, teve um passado romântico com Matt na juventude, e sua aparição na série serve como ponto de tensão. Além de influenciar negativamente em seu trabalho como advogado, a anti-heroína de origem grega entra no caminho do relacionamento de Murdock e Karen Page (Deborah Ann Woll)

Por sua vez, o Justiceiro serve como pêndulo da história. Karen e Matt (como Demolidor) tentam salvar a alma do atormentado assassino de maneiras bem peculiares. O ápice aqui fica para o final do julgamento de Castle, com um show de atuação de Bernthal.

Novamente, as lutas ganham espaço, com coreografias imbatíveis, onde a violência nunca parece ter limites. Destaque total para o combate do Demolidor e Elektra contra os Ninjas. 

 

OS DEFENSORES – CROSSOVER DESNECESSÁRIO?

O spin-off Os Defensores estreou na Netflix em agosto de 2018, destacando o crossover de personagens que orbitam o mesmo universo urbano do Demolidor, como Luke Cage e Justiceiro, além de Jessica Jones, Elektra e Punho de Ferro. Este último, vale mencionar, é o personagem mais fraco de todos. Mesmo em sua série solo, o mestre em artes marciais fica bem aquém do que vemos nas HQs da Marvel.

Com 8 episódios, Os Defensores não chega a ser decepcionante, mas não tem tempo suficiente para colocar em prática sua principal tarefa de combinar os poderes e habilidades dos protagonistas em uma série com tempo mais enxuto. Cenas longas e diálogos arrastados atrapalham o desenvolvimento das cenas de ação – e isso chega a ser um problema. 

O gran finale da série no episódio 8 talvez seja o melhor de Os Defensores, quando o Demolidor fica entre a vida e a morte, após ser atingido em cheio por escombros de um prédio. As consequências de seu acidente serão melhor explicadas na terceira e última temporada da série protagonizada pelo herói produzida pela Netflix.

 

DEMOLIDOR – 3ª TEMPORADA – DEIXOU SAUDADE…

A tragédia que dominou o fim de Os Defensores é o ponto de partida da terceira e última jornada do Demolidor – ao menos, na Netflix. A atração voltou à plataforma em outubro de 2018, trazendo Matt Murdock em um convento, onde os primeiros episódios da trama se passam.

Será neste local em Nova York que Matt irá descobrir que a freira que cuidará de sua longa recuperação após o quase letal acidente que ele sofreu no spin-off é, na verdade, uma pessoa de crucial importância na sua vida. Portanto, se você ainda não viu a 3ª temporada, é melhor evitar deixar aqui qualquer spoiler bombástico…

Após, digamos, o “exílio forçado”, a boa (ou má) notícia fica para o retorno do Rei do Crime. Após ser preso  – se transformar em um líder da prisão – o arquivilão está de volta a Nova York, onde volta a entrar na mira do Demolidor. Aliás, a sequência de eventos que teremos nos 13 episódios foi ligeiramente baseada em um clássico dos quadrinhos: A Queda de Murdock de 1986 (já falamos sobre ela aqui no Se Liga Nerd)

Enquanto o retorno de Fisk parece ser o melhor da série, o ponto fraco fica para mais cenas arrastadas e histórias paralelas dos coadjuvantes.

Em contrapartida, a aparição do Mercenário apimenta a trama. O vilão não chega a empolgar tanto quanto o desejo de vingança do Demolidor, que consegue deter Wilson Fisk, usando contra ele seu próprio veneno: a chantagem.

Embora não tão boa quanto as temporadas 1 e 2, Demolidor deixaria uma saudade quase eterna. O retorno do herói em She-Hulk foi como se a Disney cancelasse Matt Murdock, o punindo com um relacionamento forçado e cenas constrangedoras.

 


Cenas, estas, que esperamos não retornarem em Demolidor: Renascido, em cartaz daqui a alguns dias no canal de streaming da Casa do Rato…

 

 

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