Chegamos à metade da série exibida pela Disney…e agora?
Se você está aqui neste momento, certamente é simpático aos vídeos da Liga Nerdola. Isto é: além de combater o bom combate contra a cultura woke que infestou filmes, séries e HQs, está em busca de opiniões sinceras.
E esta será uma das mais sinceras opiniões sobre Demolidor: Renascido, que chegou praticamente em sua metade, na plataforma de streaming Disney Plus.
Antes de chegar no clímax deste review, um pouco de contexto. Antes de a série estrear no início de março, muito foi dito sobre os motivos de sua total reformulação. A Marvel/Disney não gostou nada do roteiro inicial, e dizem que foram precisos muitos acertos para que Demolidor: Renascido oferecesse algo perto do que tornou o show um dos mais incríveis e fidedignos do Universo Cinematográfico Marvel – principalmente, se considerarmos a quase perfeição das temporadas 1 e 2 exibidas pela Netflix.
Nem vou perder tempo com a versão “mostarda” do Homem Sem Medo tragicamente exposto em She-Hulk. Vamos direto ao ponto, agora.
Demolidor: adrenalina pura. Ao menos no início…
A expectativa de sentar com minha família para conferir o episódio inicial de Demolidor: Renascido no Disney Plus foi uma das maiores dos últimos anos, se eu fosse mensurar meu interesse pelos produtos Marvel que acabaram destruídos pela própria Casa das Ideias em parceira com a Disney.
E não deu para reclamar. Muitos falaram do CGI. OK, pode sim ter havido falta de acabamento nos movimentos do herói, ao se balançar pelos prédios de Hell’s Kitchen. Mas tudo foi compensado pelo suspense – e pelas incríveis cenas de luta, somente frustradas pela morte do carismático Foggy Nelson.
Na semana seguinte, é verdade, mais de 60% da ação vista no episódio de estreia já havia se esvaído. O que vimos em seguida foram cenas (diga-se de passagem, muito bem feitas) de tribunal, onde o Demolidor deu lugar à destreza de Matt Murdock como advogado.
Todo esse clima Suits ou Law and Order que tomou conta da série só foi quebrado quando chegamos aos minutos finais do episódio 3. Foi quando o Tigre Branco acabou executado, supostamente pelo Justiceiro. Será? Não importa. A cena foi eletrizante, compensando a lentidão do restante.
Cortesia da Disney: um pacote de frustrações
Só que, quando estávamos preparados para rever ao menos metade do que foi conduzido pelos showrunners de Demolidor: Renascido no episódio 1, veio um tsunami de frustrações no episódio 4. Clima apático. Conversas descartáveis. Um “pouquinho de vitimismo” aqui e acola – e evidente campanha contra os policiais. Ficou escancarado nesta primeira “metade” (a primeira temporada contará com 9 episódios) que existe um certo desconforto dos criadores com a política – muito mais do que os violões.
E por falar em vilões, somente na reta final do episódio que tivemos alguma novidade. Se você não viu ainda, pare por aqui. Mas nos 5 minutos restantes de Demolidor: Renascido, fomos apresentados ao sombrio Muse e suas atividades subterrâneas. Também voltamos a ver Matt Murdock se interessar pelo uniforme do Demolidor mais uma vez… mas será que isso tudo será apenas mais uma pegadinha?
Resumo dessa ópera não é dos melhores: Demolidor: Renascido, ao menos por enquanto, está fugindo das raízes plantadas pela Netflix. Não temos sequer o contato de Matt com sua fé católica, nem qualquer aproximação com antigos associados.
O que parecia ser um brinde aos fãs de longa data, mais está parecendo uma tentativa de converter o Demolidor a mais um herói desmistificado pela lacração da Disney.
Espero que esteja errado. Mas eu duvido.