O diretor Alex Parkinson é conhecido por seu trabalho em documentários, explorando temas que vão da natureza a eventos trágicos. Há seis anos, ele dirigiu o documentário “Last Breath”, que narrava a impressionante história real de um mergulhador preso sem oxigênio por vários minutos — um intervalo em que qualquer pessoa seria considerada clinicamente morta, exceto por um milagre. Quando Hollywood resolveu transformar essa narrativa em um filme para o cinema, optou por contratar o mesmo diretor do documentário. Foi uma decisão desastrosa. Parkinson, com sua experiência limitada a documentários, não tem o menor preparo para conduzir um filme de ação, e essa escolha reflete o tipo de erro típico de uma indústria mais preocupada com nomeações simbólicas do que com resultados concretos. O resultado é uma adaptação que desperdiça uma história poderosa por pura falta de competência.
Alex Parkinson é um diretor britânico que construiu sua carreira com documentários para a BBC e o Channel 4, mas seu currículo não inclui nada que o qualifique para o ritmo e a intensidade exigidos por um thriller de ação. O documentário original “Last Breath” foi elogiado por crítica e público, chegando a ser indicado a prêmios, mas a transição para o cinema exigia um profissional com visão diferente. Hollywood, no entanto, preferiu apostar no nome já associado à história, ignorando a necessidade de um diretor experiente no gênero.
Uma Sinopse Promissora Traída pela Execução
“Last Breath” acompanha um grupo de engenheiros de mergulho enfrentando um dos trabalhos mais perigosos do planeta, nas profundezas do Mar do Norte. Duncan Allcock (Woody Harrelson), David Yuasa (Simu Liu) e Chris Lemons (Finn Cole) são chamados para consertar um oleoduto a 100 metros abaixo da superfície. Durante a missão, uma tempestade massiva desestabiliza o navio que os suporta, obrigando o trio a evacuar. Duncan e David conseguem voltar em segurança, mas Chris fica preso quando seu cabo de segurança se rompe, levando-o a afundar ainda mais fundo no oceano, sem oxigênio — uma situação que, para qualquer outro mergulhador, seria fatal.
Os atores escalados trazem certo peso ao projeto. Woody Harrelson, americano conhecido por filmes como “Assassinos por Natureza” e “Três Anúncios para um Crime”, além de seu ativismo ambiental, interpreta Duncan. Simu Liu, canadense famoso por “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” e pela série “Kim’s Convenience”, dá vida a David. Finn Cole, britânico reconhecido por “Peaky Blinders” e filmes como “Dreamland”, assume o papel de Chris. Apesar do talento envolvido, o filme não aproveita esses nomes, relegando-os a personagens mal desenvolvidos em uma trama que não decola.
Um Fracasso que Expõe as Falhas de Hollywood
A versão cinematográfica de “Last Breath” é uma decepção porque entrega o comando a um diretor de documentários sem experiência em filmes de ação intensa, como esse deveria ser. Parkinson não consegue capturar a adrenalina necessária, e Hollywood, em vez de corrigir o problema com um profissional qualificado, tenta compensar a inexperiência dele jogando três roteiristas na mistura. O resultado? Um roteiro fraco, escrito por pessoas igualmente despreparadas, que transforma o filme no equivalente a um cego guiando outro cego. É o tipo de decisão que reflete a arrogância de uma indústria desconectada, mais interessada em experimentos progressistas do que em entregar um produto sólido.
Harrelson e Liu, os maiores nomes do elenco, são subutilizados, aparecendo como meros coadjuvantes em uma história que deveria focar em Chris, mas não o faz de forma convincente. Com cerca de 90 minutos de duração, o filme começa bem, usando os primeiros 25 minutos para construir o cenário do conflito. Porém, quando o desastre acontece, a narrativa desanda, avançando de forma mecânica entre os pontos da trama sem nunca engajar o espectador ou explorar a profundidade emocional da história. É uma oportunidade perdida, prejudicada por escolhas criativas questionáveis e pela falta de um direcionamento firme. Em vez de um thriller envolvente, “Last Breath” se torna mais uma prova de como Hollywood pode transformar ouro em latão quando insiste em priorizar nomes sobre talento prático.