As declarações do diretor Angel Manuel Soto sobre o vilão Bane expõem um problema cada vez mais comum em Hollywood: a obsessão em inserir política e ideologia a qualquer custo, mesmo quando a obra original não sustenta esse viés.
Soto claramente forçou uma associação descabida entre Bane e o intervencionismo americano na América Latina. Nos quadrinhos, não há menção alguma a isso na origem da personagem. É uma interpretação completamente alheia ao material de origem.
Infelizmente, esse tipo de leitura político-ideológica equivocada tem sido cada vez mais comum entre certos cineastas. É uma arrogância desnecessária, que subestima a inteligência do público.
Forçar uma mensagem política goela abaixo do espectador só serve para afastá-lo. Em vez de criar obras originais que abordem os temas que desejam, esses diretores preferem deturpar histórias já estabelecidas com releituras descabidas.
É uma pena que o potencial do entretenimento mainstream seja sacrificado por causa da agenda política de alguns. Felizmente, o público tem se mostrado avesso a esse tipo de retórica vazia e militante – e os fracassos de bilheteria são prova disso. Tomara que Hollywood aprenda a lição.