Disney Elogia Trump Sobre Proposta de Tarifas em Filmes
O Diretor Financeiro da Disney, Hugh Johnston, adotou uma postura surpreendentemente diplomática ao comentar a proposta de Donald Trump sobre tarifas em filmes estrangeiros. Durante entrevista à CNBC após a divulgação dos resultados trimestrais da empresa, Johnston afirmou: “É um pouco cedo para tentar fazer as contas com tarifas de 100% ou algo assim”, conforme reportado pelo Deadline.
A declaração mais notável veio em seguida, quando Johnston expressou apoio à intenção por trás da proposta: “O que eu fiquei mais encorajado foi o fato do Presidente ter falado sobre querer ajudar a indústria e torná-la mais forte.” Esta resposta coloca a Disney em posição inesperadamente alinhada com a administração Trump em um tema que tem gerado preocupação em grande parte da indústria do entretenimento.
Johnston ainda acrescentou que a Disney está “mais que feliz em ajudar a projetar coisas que fariam sentido para fortalecer a indústria”, demonstrando disposição para colaborar com o governo em iniciativas que beneficiem o setor cinematográfico americano. Isso ocorre após o anúncio de Trump, no domingo, autorizando o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos EUA a iniciar o processo para implementar uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos no exterior.
Reações do Mercado e Esclarecimentos Sobre a Proposta
O anúncio inicial de Trump gerou preocupação no mercado financeiro, com queda temporária nas ações de grandes estúdios e serviços de streaming, incluindo Disney, Netflix, Warner Bros. Discovery e Paramount. A proposta de tarifa foi apresentada como parte de um plano “Make Hollywood Great Again”, supostamente elaborado com participação do ator Jon Voight, conforme noticiado pela CNBC.
Após a repercussão negativa, tanto Trump quanto a Casa Branca recuaram da certeza sobre a implementação da tarifa. Um porta-voz da administração esclareceu que “nenhuma decisão final sobre tarifas em filmes estrangeiros foi tomada”. O próprio presidente afirmou posteriormente que pretende se reunir com representantes da indústria para discutir a proposta: “Não estou procurando prejudicar a indústria, quero ajudar a indústria”, declarou Trump à imprensa.
A posição da Disney, expressa por Johnston, parece alinhada com esse recuo estratégico, focando mais na intenção de fortalecimento do setor do que na medida específica da tarifa. Especialistas apontam que a implementação prática de tal tarifa seria complexa, considerando a natureza internacionalizada da produção cinematográfica moderna, conforme análise publicada pela Variety.
Contexto Mais Amplo: Incentivos Federais e Estaduais
A resposta da Disney ocorre em um contexto de discussões mais amplas sobre incentivos à produção cinematográfica nos Estados Unidos. Dias antes, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, propôs ampliar o programa estadual de crédito fiscal para filmes de US$ 330 milhões para US$ 750 milhões anuais, além de sugerir uma parceria em nível federal para criar um plano de crédito fiscal de US$ 7,5 bilhões.
Johnston destacou que a Disney “já realiza uma quantidade considerável de produção nos Estados Unidos”, com infraestrutura substancial na Califórnia, Geórgia e Flórida. Esta posição pode colocar a empresa em situação vantajosa caso haja mudanças na política comercial que incentivem produções domésticas.
A posição da Disney e outros estúdios deverá ficar mais clara nos próximos dias, já que segundo o Deadline, a Motion Picture Association (MPA) realizará uma reunião esta semana para discutir o assunto, e Trump mencionou que planeja um encontro com representantes da indústria na Casa Branca.
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