Disney+ perde assinantes com aumentos de preços e fracassos de conteúdo original

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Disney+ Sofre Queda acentuada e Perde 700.000 Assinantes

O serviço de streaming Disney+ sofreu uma queda significativa de assinantes no primeiro trimestre de 2025, perdendo cerca de 700.000 usuários. Essa queda ocorre após os recentes aumentos de preço da empresa, que elevou o valor da assinatura com anúncios de US$ 7,99 para US$ 9,99 e a assinatura sem anúncios de US$ 13,99 para US$ 15,99. Além disso, a Disney também começou a restringir o compartilhamento de senhas, implementando um sistema de “Compartilhamento Pago” que limita o acesso a uma única residência, a menos que os assinantes paguem uma taxa adicional.

Durante uma teleconferência sobre os lucros, o CEO da Disney, Bob Iger, tentou minimizar a perda, afirmando que a rotatividade de assinantes “não foi tão ruim quanto o esperado”. Ele argumentou que os aumentos de preço eram necessários para levar o Disney+ à lucratividade e enquadrou a queda como uma parte natural de sua estratégia. No entanto, com outro declínio de assinantes já antecipado para o segundo trimestre de 2025, os comentários de Iger parecem nada mais do que controle de danos.

Conteúdo Decepcionante Justifica Fuga de Assinantes

Enquanto Iger tenta manipular os números, a questão real não é apenas o preço, mas o valor. Por que os clientes deveriam pagar mais por um serviço de streaming que não oferece conteúdo imperdível?

No seu lançamento, o Disney+ se posicionou como o lar do conteúdo de franquia de alta qualidade. Com projetos exclusivos da Marvel, Star Wars e Pixar, deveria ser o serviço de streaming preferido dos fãs de entretenimento de sucesso.

Isso não deu certo.

Por exemplo, “Acolyte”. A Disney+ divulgou como uma grande série de Star Wars, mas não conseguiu causar impacto. Apesar de acumular 2,7 bilhões de minutos de audiência, “Acolyte” nem mesmo entrou no Top 10 dos originais mais transmitidos de 2024. Tampouco chegou perto.

O programa com menor classificação nessa lista, “Love Is Blind” da Netflix, acumulou 7,3 bilhões de minutos – quase três vezes mais que o segundo programa mais assistido do ano no Disney+. O maior sucesso da Disney no ano, “Percy Jackson and the Olympians”, conquistou apenas 3 bilhões de minutos. Isso significa que mesmo os melhores da Disney não foram nada comparados ao conteúdo de streaming de primeira linha em 2024.

Se “Percy Jackson” e “Acolyte” foram os maiores sucessos do Disney+, isso diz mais sobre as dificuldades da plataforma do que sobre suas conquistas.

Pior ainda, “Acolyte” teve uma queda significativa após sua estreia. No final da temporada, o engajamento havia despencado, tornando-se o episódio menos assistido da série.

Mas não é só Star Wars. A Marvel está em apuros, se não mais. “Agatha All Along” e “Echo”, dois dos lançamentos de maior destaque do Disney+, apresentaram números abaixo do esperado. “Agatha” mal cruzou 2,2 bilhões de minutos assistidos, e “Echo” ficou ainda mais para trás, com 1,5 bilhão. Mesmo “Secret Invasion”, um dos projetos da Marvel mais criticados recentemente, conseguiu superá-los.

Para uma empresa que já dominou a cultura pop, a Disney está falhando em criar programas que chamem a atenção.

Aqui está o problema fundamental para o Disney+: aumentos de preço são apenas justificáveis quando os clientes sentem que estão recebendo o que pagam. Agora, eles claramente não estão.

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