Em mais um sinal dos tempos sombrios, a Disney fechou acordo com a Sony Pictures para terceirizar toda a produção e distribuição de DVD, Blu-ray e afins de seu vasto catálogo nas Américas. A medida visa otimizar custos e esforços da Casa do Mickey diante da queda vertiginosa e aparentemente irreversível nas vendas de mídias físicas.
De acordo com o site Variety, especializado em entretenimento, a Sony passará a fabricar e commercializar os lançamentos em disco da Disney por meio de varejistas. A Disney, por sua vez, continuará responsável pela distribuição digital de seus filmes e séries.
Disney Prevê Demissões e Reestruturação Interna
Especialistas preveem demissões nos setores da Disney dedicados ao negócio físico durante a transição para o modelo terceirizado com a Sony. Porém, fontes internas garantem que a empresa realizará uma avaliação cuidadosa para remanejar funcionários afetados pela mudança.
“É uma pena termos que abandonar parte de nossa história e DNA para sobrevivermos ao streaming”, desabafou um executivo veterano que pediu anonimato. “E o pior é que isso é só o começo do baque que Hollywood sofrerá com a hegemonia digital”, completou.
Queda de Braço Entre Physical Media e Streaming
A decisão estratégica da Disney ocorre após intensas críticas nas redes sociais sobre os planos de abandono das mídias opticas. Cineastas renomados também defenderam publicamente a preservação dos formatos físicos.
“Colocamos muito cuidado na versão em Blu-ray de Oppenheimer para que fãs pudessem comprar e pôr na estante, sem risco de algum serviço malvado de streaming roubá-lo”, afirmou Christopher Nolan em entrevista recente.
Porém, a queda de 28% nas vendas de DVDs e similares no primeiro semestre de 2023 em relação a 2022 indica uma tendência talvez irreversível rumo ao streaming. A Best Buy já descartou esse mercado e até a Netflix desativou seu serviço de aluguel de DVDs pelo correio.
Sony Tentará Reerguer Negócio Moribundo
Resta saber agora se, ao terceirizar o negócio físico para a Sony, a Disney conseguirá reverter essa curva descendente ou apenas gerir o inevitável declínio.
“Nossa expertise de décadas na fabricação de mídias nos permite assumir essa operação com eficiência máxima”, garantiu Robert Hollister, CEO da Sony Pictures Marketing. “Se existe uma chance de reerguer o mercado físico, nós acharemos”, completou.
Mas a julgar pela aceleração da transição para o streaming durante os lockdowns da pandemia, esse otimismo pode ser apenas wishful thinking. Ou seja, mais uma cortina de fumaça de Hollywood enquanto o Titanic afunda inexoravelmente.