O lançamento do filme “Conclave” em janeiro de 2025 coincidiu com um período crítico para a Igreja Católica, quando o Papa Francisco foi diagnosticado com pneumonia no início de fevereiro, permanecendo hospitalizado por impressionantes 37 dias. O pontífice recebeu alta há menos de um mês, no dia 23 de março, após uma longa batalha contra a doença. Esta coincidência temporal entre um filme que retrata a eleição de um novo papa e a deterioração da saúde do atual líder da Igreja não passou despercebida.
Durante este período, o elenco do filme expressou publicamente sua preocupação com a saúde de Francisco. Isabella Rossellini, que deu vida à irmã Agnes no longa, declarou em coletiva de imprensa no SAG Awards: “Estamos muito, muito preocupados com nosso papa. Nós amamos esse papa. Desejamos o melhor a ele. Desejamos que ele se recupere”.
A manifestação de apoio ao Papa Francisco por parte do elenco reforça os valores tradicionais de respeito à autoridade papal e à instituição católica, mesmo em um momento de fragilidade do pontífice. Vale ressaltar que, apesar das reformas progressistas implementadas por Francisco em seu papado, ele mantém posições firmes em diversos temas caros aos conservadores, como a defesa da família tradicional e a proteção da vida desde a concepção, conforme apontado pelo Instituto Católico de Estudos Sociais.
O filme que reflete as tensões políticas e espirituais da Igreja contemporânea
Sergio Castellitto, intérprete do cardeal Tedesco, também expressou seus votos de melhoras, afirmando: “Para nós que vivemos em Roma… Nossa relação, como italianos, com o papa é muito mais próxima. Repito, eu realmente desejo o melhor a ele”. Este vínculo especial entre os italianos e o papado representa a tradição milenar da Igreja Católica centralizada em Roma, um aspecto frequentemente valorizado por setores mais conservadores do catolicismo.
John Lithgow, que interpretou o cardeal Tremblay, chamou atenção para o timing oportuno do lançamento do filme, relacionando-o às mudanças sociais e políticas globais. Ele mencionou especificamente a então recente eleição do conservador Friedrich Merz na Alemanha, destacando como “Conclave” aborda questões fundamentais sobre liderança e processos eleitorais.
“É impossível não ver ‘Conclave’ e não pensar no que acontece quando diferentes tribos brigam entre si para decidir quem é seu líder”, declarou Lithgow, estabelecendo um paralelo entre as disputas eclesiásticas retratadas no filme e as polarizações políticas contemporâneas que testemunhamos em diversas nações ocidentais.
O filme, que conquistou o Oscar de melhor roteiro adaptado, apresenta uma visão realista dos bastidores do Vaticano, incluindo as complexas negociações e alianças que se formam durante um conclave. Analistas do Centro de Estudos da Religião destacam que, embora ficcional, “Conclave” retrata com precisão muitos dos dilemas enfrentados pela Igreja no século XXI, incluindo o equilíbrio entre a preservação da tradição e a necessidade de adaptação aos novos tempos.
Durante todo o período de premiações, que culminou com o Oscar entre janeiro e março, o filme ganhou notoriedade enquanto o mundo católico acompanhava com apreensão a evolução do quadro de saúde do Papa Francisco, criando um paralelo involuntário entre ficção e realidade que amplificou o impacto cultural da obra cinematográfica.
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