Se encaminhando para ser o maior fracasso da Pixar, Elio passou por um inferno tremendo, atritos nos bastidores e tentativas de lacrar ainda mais.
Por Gui Santos
Elio, a mais nova aposta da Pixar, passou por uma turbulência tenebrosa durante e após sua produção e agora, após tantos adiamentos e recém-lançado, está caminhando para ser um tremendo fracasso, com apenas US$ 72 milhões de dólares após seu segundo fim de semana nos cinemas.
Para quem acompanhou o drama pelos trailers, estava nítido que houve mudanças significativas em Elio. Pois agora estas mudanças e o caos nos bastidores ganharam detalhes estarrecedores em que podemos ter uma noção do porque Elio é apenas “mais um filme genérico da Pixar”.
Porém, o filme poderia ter sido pior, MUITO pior…
Os mesmos erros, porém “suavizados”
De acordo com uma extensa matéria publicada pela The Hollywood Reporter, o projeto original de Elio seria bastante diferente.
Além do tom mais “depressivo” e “sério”, teria um tom voltado à comunidade LGTBQIA+, em outras palavras, à agenda woke. Testes de audiência, no entanto, compeliram a equipe criativa e executiva a adotar um caminho diferente para a história.
Segundo as fontes consultadas, Elio mergulharia de cabeça na pauta cheirosa com o personagem título, uma CRIANÇA DE 11 ANOS, enfrentando “dilemas de identidade de gênero”, “moda sustentável” e até mesmo uma “paixonite por um rapaz famoso” para Elio.
A trama ainda estaria aí, porém o foco em Elio ser uma criança “queer” seria ainda mais amplo, como também como Elio “se isolava do mundo” e refletiria no diretor original do filme, Adrian Molina (Viva! – A Vida é uma Festa), que é assumidamente gay. Pois é caros leitores, mais uma auto-inserção escarrada.
Sobre a “moda sustentável” havia cenas como a de Elio realizando um “show de trash-ion” na praia, de regata rosa, ou decorações em seu quarto sugerindo “uma paixão masculina”, faziam parte da visão original de Molina.
Foi aí que toda a presepada com Elio começou. Enquanto alguns na Pixar estavam entusiasmados com a direção, quer dizer, a auto-inserção de Molina, outros ficaram nada felizes com isso.
Em meio aos atritos nos bastidores, a coisa foi ruindo de vez após exibições-teste, em especial uma no Arizona onde TODOS vaiaram o filme.
Isso fez a liderança da Pixar ficar bastante preocupada e irritada com a desaprovação e reclamações. A Pixar exigiu de Molina e da equipe mudanças significativas em Elio.
Saída de Adrian Molina e outros nomes
A Pixar viu que o estrago já estava feito. O que teve de ser feito foi suavizar ou minimizar os temas “queer” no filme. Traços da personalidade e questões de “identidade” de Elio, como sua paixão pelo ambientalismo e pela moda, foram suavizados ou removidos.
E não, não foi a Disney que interferiu. A decisão pelas mudanças para tentar “salvar” o filme partiu da própria Pixar e sua liderança.
Claro que Adrian Molina ficou descontente com isso, resultando em sua saída da direção do filme. Quem resolveu sair junto com Molina foi a atriz America Ferrera, que interpretaria a mãe do protagonista. A personagem foi substituida por uma tia de Elio, interpretada por Zoe Saldaña.
Ferrera alegou que saiu por “conflitos de agenda” porém, a saída da atriz foi de fato por conta das mudanças em Elio e justamente pela saída de Molina.
Isso gerou em adiamentos e custos ainda mais elevados para Elio, com o orçamento indo para US$ 250 milhões de dólares, sem contar o marketing e custos externos.
Pois é, Elio custou mais do que Divertidamente 2, filme este que arrecadou mais de US$ 1,69 bilhão de dólares e por que? Divertidamente 2 é excelente! Já Elio…
De um filme lacrador, para um filme meia boca
Apesar da ótima avaliação do público (88%) e crítica (83%) no Rotten Tomatoes e uma baita nota A+ no CinemaScore, a realidade é outra para Elio.
Após dois fins de semanas nos cinemas, o filme arrecadou apenas US$ 72 milhões de dólares, números pífios em relação ao custo altíssimo da produção, mais uma vez, por conta das várias mudanças feitas em meio ao caos nos bastidores.
Diferente de Divertidamente 2 e Elementos, este segundo que cativou o público e por conta do boca a boca, fez uma bilheteria sólida (US$ 484 milhões), Elio não está chamando atenção do público em geral, mesmo com aqueles que gostaram do filme de certa forma.
Primeiro, o marketing fraco do filme, resultado de toda a confusão e o foco da Pixar em tentar “salvar” o filme.
Segundo, as mudanças podem até ter sido positivas em alguns aspectos mas é perceptível alguns resquícios vindos da versão anterior, fazendo o filme se transformar em uma confusa salada mista.
Isso fez com que Elio se tornasse um filme sem graça, sem brilho e com um mínimo de carisma da Pixar, com uma trama genérica e persongens aleatórios que não levam à lugar algum.
Pelo que soubemos da versão anterior, Elio seria muito, MUITO pior. Porém, mesmo as mudanças não conseguiram livrar o filme da mediocridade e da chatice.