Recentemente, Jenna Ortega, conhecida por seu papel em “Wandinha”, tornou-se o centro das atenções durante a greve dos roteiristas. A jovem atriz foi criticada por roteiristas que a acusaram de não se solidarizar com a greve. No entanto, o cerne da controvérsia não era apenas sua ausência nas linhas de piquete, mas as mudanças que ela propôs ao roteiro de “Wandinha”.
Enquanto os roteiristas, na luta por remunerações mais justas, focavam sua indignação na atriz, a verdadeira questão era: Ortega, mesmo não sendo roteirista e nem membro do sindicato de roteiristas, fez alterações em algumas cenas de “Wandinha”. Ela alegou que as mudanças eram necessárias, pois algumas cenas propostas não faziam justiça ao legado do personagem.
Ao invés de reconhecer o esforço da atriz em manter a integridade da personagem, os roteiristas focaram na forma como ela criticou a representação de personagens femininas na indústria cinematográfica. Ortega observou que muitas dessas personagens são escritas de forma unidimensional, tornando-as inatingíveis e desconectadas do público.
A atriz destacou a importância de criar personagens femininas complexas, que possam ser vistas como representantes do público que as assiste. Ela argumentou que, por mais espetaculares que sejam as cenas de ação, se o público não pode se identificar com a protagonista, a conexão se perde.
Não é a primeira vez que a indústria cinematográfica é posta em cheque quanto à sua representação. Benedict Cumberbatch, por exemplo, também expressou preocupações similares sobre seu personagem no filme “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”.
Ortega não ficou em silêncio durante a greve. Ela usou sua influência nas redes sociais para apoiar os atores menos renomados, que foram desproporcionalmente afetados pela greve. Enquanto a mídia se concentrava nas celebridades milionárias, Ortega focava sua atenção naqueles que realmente precisavam de ajuda.
A atriz demonstrou que é essencial para os atores desafiar e questionar os roteiros quando sentem que algo não está certo. Afinal, contar histórias é uma colaboração, e cada voz deve ser ouvida para garantir que o produto final seja o melhor possível.
A série “Wandinha” provou ser um sucesso, equilibrando bem a exploração do personagem e o enredo. E, talvez, o resultado positivo pode ser creditado, em parte, à coragem de Ortega em defender o que acreditava ser certo para a personagem e a história.
Em resumo, enquanto a greve dos roteiristas levanta questões válidas sobre compensação e direitos, é crucial não desviar o foco do que é essencial. A indústria cinematográfica deve se esforçar para criar histórias autênticas, e isso inclui ouvir e valorizar as opiniões de todos os envolvidos, seja ele um roteirista veterano ou uma jovem atriz como Jenna Ortega.’
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