Empresa de consultoria para “diversidade” Sweet Baby Inc. se revolta após criação de lista no Steam para alertar jogadores sobre seu trabalho

Compartilhe:

Em uma reviravolta irônica, a empresa de consultoria narrativa Sweet Baby Inc., que construiu seu negócio injetando política identitária nos videogames, está enfrentando a fúria de seus próprios funcionários. O motivo? Um usuário do Steam criou uma lista de curadoria para alertar os jogadores sobre os títulos em que a empresa trabalhou.

A Sweet Baby Inc. se descreve como uma “empresa de narrativa e consultoria focada na inclusão”, com o objetivo de revisar e editar roteiros de videogames sob a ótica da “diversidade e inclusão”. Eles afirmam buscar “contar histórias melhores e mais empáticas, diversificando e enriquecendo a indústria de videogames”.

No entanto, as decisões narrativas questionáveis vistas nos jogos em que a Sweet Baby Inc. trabalhou, como a troca de raça da deusa nórdica Angrboda em “God of War: Ragnarok” ou praticamente todos os diálogos em “Suicide Squad: Kill the Justice League”, levaram a empresa a ser vista como uma peça-chave na atual deferência da indústria de videogames ocidental às filosofias ESG e DEI.

Diante disso, um jogador insatisfeito criou uma página pública de curadoria no Steam, apropriadamente intitulada “Sweet Baby Inc detected”, com o intuito de alertar outros jogadores sobre quais títulos disponíveis na plataforma contam com o trabalho da empresa. Cada jogo relevante é marcado como ‘Não Recomendado’ e a página fornece provas do envolvimento da Sweet Baby Inc., muitas vezes por meio de capturas de tela do próprio site e tweets da empresa.

Apesar dessa lista ser baseada em informações públicas e ter a intenção de alertar os consumidores, não diferente de outras páginas de curadoria do Steam que chamam a atenção para casos de censura ou DRM Denuvo, o fato de se concentrar especificamente no trabalho da Sweet Baby Inc. gerou um clamor público de seus funcionários.

A consultora Maya Felix Kramer foi a primeira a se manifestar, criticando a página em meio a uma thread no Twitter que denunciava a especulação de que a rejeição do público às iniciativas de DEI tenha desempenhado algum papel na recente onda de demissões na indústria de videogames. Kramer, cuja história profissional inclui passagens como gerente de relações públicas da instigadora do GamerGate, Zoe Quinn, e como funcionária da empresa de consultoria SilverString Media (que já atendeu a infame “crítica” feminista de jogos Anita Sarkeesian), acusou os criadores da lista de espalhar desinformação e permitir que as pessoas sejam racistas em público sem consequências.

Em seguida, foi a vez do escritor da Sweet Baby Inc., Chris Kindred, expressar sua raiva de forma mais direta, pedindo a seus seguidores que denunciassem em massa a lista no Steam. Ele acusou o criador da lista, @kabrutusrambo, de tentar evitar banimentos e violações dos termos de serviço, e incentivou seus seguidores a denunciá-lo também.

No entanto, desde que se manifestou publicamente, Kindred apagou todos os seus tweets sobre o assunto e tornou sua conta privada. A conta oficial da Sweet Baby Inc. no Twitter também bloqueou o acesso.

Quanto ao grupo de curadoria do Steam, um Efeito Streisand resultante dos esforços de Kramer e Kindred levou a um aumento significativo no número de seguidores, passando de 9.263 em 29 de fevereiro para 68.240 em 2 de março – um aumento de mais de 630%.

A atenção também pouco perturbou o próprio curador, @Kabrutusrambo, que nos últimos dias tem retweetado memes (incluindo um que aprovamos), abraçado o nome “Krampus Rambo” graças ao YouTuber Asmongold, e se vangloriado por ter sido bloqueado por Kindred.

Kabrutusrambo também agradeceu àqueles que o apoiaram. “Cara, eu quase estava esquecendo como a internet pode ser divertida, obrigado a todos pelas mensagens e apoio”, escreveu ele. “Vamos colocar as chaves da indústria de jogos de volta nas mãos dos jogadores.”

Em suma, a tentativa da Sweet Baby Inc. de censurar as críticas à sua atuação na indústria de videogames acabou gerando o efeito oposto, trazendo ainda mais atenção para a lista de curadoria criada no Steam. Resta saber se esse episódio servirá de lição para a empresa repensar suas práticas ou se continuarão tentando impor sua agenda política nos jogos, mesmo que isso desagrade a maioria dos jogadores. Afinal, como dizem por aí, o cliente tem sempre razão – e no caso dos videogames, o cliente são os gamers.

Sweet Baby Inc.: a empresa responsável pela mentalidade de vítima nos jogos eletrônicos

Publicidade
Publicidade