Epic Games Impõe Padrões de Linguagem “Inclusiva” em Códigos de Jogos

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Desenvolvedores da Unreal Engine são encorajados a evitar termos como “blacklist” e “master” em prol de alternativas mais “respeitosas”.

Em uma jogada que certamente deixará muitos criadores de jogos arrancando os cabelos, a Epic Games, a mente brilhante por trás do massivamente popular Fortnite, anunciou novos padrões de codificação para sua popular engine Unreal. De acordo com as novas diretrizes, os desenvolvedores são “encorajados” a empregar uma linguagem mais “inclusiva” e “respeitosa” em seus códigos e documentação – um movimento que muitos veem como mais um exemplo da crescente onda de “woke” que vem varrendo Hollywood.

A nova cláusula de “Escolha de Palavras Inclusivas” foi inicialmente introduzida em abril de 2022, com o lançamento da versão 5 da Unreal Engine, mas só recentemente ganhou atenção renovada após sua atualização em abril de 2024. Segundo a Epic Games, a adoção desses padrões é “obrigatória” para todos os usuários da engine.

Mas o que exatamente constitui uma linguagem “inclusiva” no reino do código? Bem, de acordo com as diretrizes, os desenvolvedores devem evitar metáforas ou símiles que “reforcem estereótipos”, como o uso dos termos “preto e branco” ou “blacklist e whitelist”. Palavras que “se referem a traumas históricos ou experiências de discriminação” também estão na lista negra (ops, desculpe, na “lista de permissão”), incluindo termos como “escravo”, “mestre” e, surpreendentemente, “nuke”.

Estrelas Woke em Fortnite?

Mas as diretrizes não param por aí. A Epic também aconselha os desenvolvedores a se referirem a “pessoas hipotéticas” usando pronomes neutros como “eles/deles”, mesmo no singular, e a evitar atribuir gênero a “qualquer coisa que não seja uma pessoa”. Isso significa que você não deve se referir a um módulo de software como “ele”, por exemplo.

Além disso, os usuários da Unreal Engine são instruídos a evitar gírias e coloquialismos, pois eles “podem ser difíceis de entender para pessoas cuja língua nativa não é o inglês” – um conselho sensato, embora algumas pessoas possam argumentar que remover completamente a linguagem informal e expressiva do código pode torná-lo um pouco… bem, sem graça.

A Epic também fornece uma lista de “terminologia” que deve ser substituída por “alternativas melhores”. Aqui estão alguns destaques:

  • “Blacklist” deve ser substituído por “deny list”, “block list”, “exclude list”, “avoid list”, “unapproved list”, “forbidden list” ou “permission list”.
  • “Whitelist” deve ser trocado por “allow list”, “include list”, “trust list”, “safe list”, “prefer list”, “approved list” ou “permission list”.
  • “Master” (como em “master branch”) deve ser substituído por “primary”, “source”, “controller”, “template”, “reference”, “main”, “leader”, “original” ou “base”.
  • E “slave” (como em “slave node”) deve dar lugar a “secondary”, “replica”, “agent”, “follower”, “worker”, “cluster node”, “locked”, “linked” ou “synchronized”.

Críticas de Ambos os Lados

Embora a Epic Games afirme estar “ativamente trabalhando para alinhar nosso código com os princípios acima estabelecidos”, a reação online tem sido… mista, por assim dizer.

Alguns elogiaram a empresa por tentar tornar a linguagem de codificação mais inclusiva e sensível, argumentando que pequenas mudanças como essas podem ter um impacto positivo na indústria. Outros, no entanto, acusaram a Epic de ceder à “loucura da cultura do cancelamento” e de impor padrões desnecessariamente restritivos aos criadores.

“Eu entendo a intenção por trás disso, mas acho que é um pouco exagerado”, comentou um desenvolvedor no Reddit. “Às vezes, um código é apenas um código, e ler muito nisso pode acabar causando mais problemas do que soluções.”

Outro usuário do Reddit foi ainda mais direto: “Esta é a coisa mais idiota que já vi. Parece que a Epic está tentando consertar um problema que não existe.”

Seja como for, uma coisa é certa: essas novas diretrizes certamente gerarão muito debate e discussão na comunidade de desenvolvedores de jogos. Então, pegue suas pipocas (desculpe, seu “lanche à base de milho estourado”) e aprecie o show!

 

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