Anthony Ramos, o astro de Hamilton que aparentemente coleciona projetos questionáveis como Pokémon, saiu em defesa de “Coração de Ferro”, a mais nova tentativa da Marvel de espremer até a última gota do legado do Homem de Ferro. Sua estratégia? O clássico “haters gonna hate” temperado com uma pitada de “pelo menos estão falando de nós”. É a defesa corporativa equivalente a dizer “toda publicidade é boa publicidade” – tecnicamente verdade, mas profundamente deprimente.
“Sempre haverá negatividade, não importa o quê”, filosofou Ramos ao Buzzfeed, numa declaração tão genérica que poderia ser usada para defender literalmente qualquer coisa, de filmes ruins a crimes de guerra. Ele então teve a audácia de comparar a situação com sua participação em “Transformers: A Ascensão das Feras”, como se estar em dois projetos medíocres consecutivos fosse algum tipo de credencial positiva.
O mais revelador foi quando Ramos admitiu que “pelo menos estão falando sobre isso. Porque se não estivessem, eu estaria preocupado”. Tradução: é melhor ser odiado do que ignorado. É o mantra de toda criança problemática no playground e, aparentemente, de todo projeto da Marvel pós-Endgame. A irrelevância é o único medo real em Hollywood hoje em dia.
Claro, a narrativa conveniente é que as críticas começaram “antes mesmo da estreia” porque o show tem “uma mulher negra como protagonista”. É a carta coringa perfeita – qualquer crítica legítima pode ser instantaneamente descartada como racismo ou sexismo. Nunca ocorre a esses defensores que talvez, apenas talvez, as pessoas estejam cansadas de spin-offs desnecessários tentando capitalizar em cima de personagens que apareceram por cinco minutos em outros filmes.
“Coração de Ferro” é descrita como uma série onde Williams constrói “uma armadura mágica no estilo Homem de Ferro” com a ajuda de um líder de gangue. Sim, você leu certo – armadura mágica. Porque aparentemente a tecnologia não era suficiente, precisávamos adicionar magia à mistura. É como se os roteiristas jogassem dados para decidir elementos da trama. “Vamos ver… rolei tecnologia E magia E gangues. Perfeito!”
A cereja do bolo patético veio quando Robert Downey Jr. foi convocado para gravar uma mensagem de apoio, declarando que “o Homem de Ferro ama a Coração de Ferro”. É o equivalente cinematográfico de pedir para seu pai rico escrever uma carta de recomendação – tecnicamente válido, mas todo mundo sabe que é nepotismo disfarçado. Downey provavelmente gravou isso entre takes de algum projeto que realmente importa, pensando em como seus royalties da Marvel continuam pagando as contas.
Ramos insiste que “Coração de Ferro” é “definitivamente diferente” de outros shows. Diferente como? Por ter uma resposta “mista da crítica” em vez de universalmente negativa? Por conseguir fazer as pessoas sentirem saudades até de “Falcão e o Soldado Invernal”? A barra está tão baixa que precisa de equipamento de mineração para encontrá-la.
O mais triste é que em algum lugar, enterrado sob camadas de CGI questionável e diálogos genéricos, pode até haver uma história interessante sobre uma jovem gênio tentando preencher sapatos impossíveis. Mas quando sua defesa principal é “somos diferentes” e “pelo menos estão falando sobre nós”, você já perdeu a batalha criativa. É admitir que o objetivo não é fazer algo bom, mas algo que gere engajamento – a métrica mais vazia e deprimente do entretenimento moderno.
A Marvel está provocando “a introdução de um grande vilão dos quadrinhos” nos episódios finais, numa tentativa desesperada de manter a audiência. É a estratégia narrativa equivalente a um relacionamento tóxico prometendo que “vai melhorar, eu juro”. Spoiler: nunca melhora.
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Anthony Ramos pode defender “Coração de Ferro” o quanto quiser, mas no fundo, todos sabemos a verdade: é mais um produto descartável numa linha de montagem que esqueceu por que as pessoas se importavam com essas histórias em primeiro lugar. Transformers, Coração de Ferro – a carreira de Ramos está se tornando um cemitério de franquias moribundas.
Pelo menos ele está consistente. Consistentemente em projetos que ninguém pediu.