Ex-chefe da DC detona versão de Joss Whedon para Liga da Justiça e critica estratégia dos estúdios

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A versão de Liga da Justiça lançada nos cinemas em 2017 sempre foi muito criticada por fãs e especialistas. Agora, quem veio a público para detonar o filme foi Diane Nelson, ex-presidente da DC Entertainment. Em raro pronunciamento, ela não poupou críticas à abordagem adotada pelos estúdios Warner Bros. e DC Comics na época.

Nelson concedeu uma entrevista ao podcast The Wall Street Journal’s With Great Power: The Rise of Superhero Cinema. Ela lamentou a frustração interna com os insucessos iniciais do universo cinematográfico da DC, diferentemente da Marvel e seus blockbusters.

“Eles estavam traçando seu próprio caminho”, disse Nelson sobre a Marvel. Já a DC dependia de deliberações com chefões da Warner, sem uma estratégia clara liderando os projetos. Não havia alguém com poder de Kevin Feige guiando a franquia.

Percepções errôneas dos fãs também incomodavam Nelson. Acreditava-se que a DC copiava a Marvel, quando na verdade tinha menos autonomia e recursos que o rival. Zack Snyder jamais foi visto como o “arquiteto” de um universo cinematográfico.

Segundo Nelson, Snyder era apenas mais um diretor contratado, que acabou marcando os filmes pelo sucesso inicial. “Mas ele deveria ter definido esse universo? Talvez não, em retrospecto”, criticou.

A maior prova do amadorismo da DC foi a confusa substituição de Snyder por Joss Whedon em Liga da Justiça. Nelson classificou Whedon como uma “moeda brilhante” que os estúdios agarraram desesperadamente. Sobre o resultado final, foi enfática: “Eu achei o filme final terrível”.

O depoimento de Nelson coroou as especulações sobre a turbulenta produção de Liga da Justiça. A versão de Snyder foi descartada para enxugar a duração, inserir mais humor e corações, visando agradar ao maior público possível.

Só que a estratégia falhou feio. O híbrido cinematográfico assinado por Whedon decepcionou fãs e crítica. Para Nelson, o ideal teria sido lançar o corte sombrio e longo de Snyder, por pior que fosse, do que o “Frankenstein” dos cinemas.

Anos depois, o lançamento de Zack Snyder’s Justice League confirmou isso. A visão original do diretor foi melhor recebida que a adaptação para o cinema. Mas o estrago na credibilidade dos personagens já estava feito, culminando nas despedidas de Affleck como Batman e Cavill como Superman.

Agora, a Warner Bros. Discovery tenta reerguer esses heróis e o universo DC com novos filmes e séries. Mas o fantasma de Liga da Justiça, fruto de um planejamento deficiente, ainda assombra. O depoimento de Diane Nelson expôs os bastidores conturbados que resultaram nesse fiasco.

Resta torcer para que os estúdios aprendam com os erros do passado. Ou correm o risco de produzir mais “frankensteins” cinematográficos, em vez de blockbusters de qualidade. Liga da Justiça deveria ser uma lição valiosa sobre respeitar a visão dos cineastas e, principalmente, os anseios dos fãs.

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