Fahrenheit 451 – Uma Profecia que Resiste ao Tempo

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Em um mundo distópico e perigoso, a obra “Fahrenheit 451” mergulha em uma realidade controlada pelo Estado, onde o acesso à literatura é estritamente proibido e punido com o fogo.

 Por Alexandre Nagado

Ray Bradbury

Em uma era não especificada, o controle estatal sobre o comportamento, entretenimento e pensamento é absoluto. As pessoas, imersas em suas vidas alienadas, participam de peças teatrais virtuais, interagem com telas que ocupam paredes inteiras e seguem um rígido script social em troca de conforto e proteção. Contudo, existe um preço a pagar por essa aparente utopia: a renúncia às liberdades individuais, sob a ameaça de punições severas. A proibição da leitura de livros é uma dessas regras, e a descoberta de qualquer exemplar resulta em sua imediata incineração pelos Bombeiros, cuja função agora é provocar fogueiras literárias.

Guy Montag, um desses Bombeiros, leva uma vida aparentemente tranquila ao lado de sua esposa Mildred. Orgulhoso de seu papel na destruição de livros, Montag parece ser um cidadão perfeitamente doutrinado. No entanto, sua certeza é abalada quando ele se depara com Clarisse McClellan, uma adolescente cheia de vida e imaginação, cujas perguntas despertam seu interesse sobre os livros e o governo opressor. A descoberta de limites extremos na missão dos Bombeiros leva Montag a questionar seu papel na sociedade, iniciando uma jornada contra o sistema ao lado do velho Faber.

Um Clássico Distópico

“Fahrenheit 451“, uma obra-prima de Ray Bradbury, continua relevante ao discutir estados totalitários adversos à cultura e formação intelectual. Adaptado para o cinema em 1966 por François Truffaut e revisitado em 2018 pela HBO, o enredo é uma referência marcante em futuros distópicos, ao lado de “1984” (George Orwell) e “Admirável Mundo Novo” (Aldous Huxley). Publicado em 1953, o livro permanece atemporal, alertando sobre os perigos do consumo desenfreado de entretenimento, que escraviza as mentes e suprime o senso crítico.

 

Aldous Huxley
George Orwell

A narrativa ágil de Bradbury mantém a história cativante em um espaço relativamente curto. O livro, conforme definido pelo próprio autor, é um “romance barato“, repleto de humor e humildade excessiva. A edição de 2019 da Biblioteca Azul inclui um posfácio escrito por Bradbury, proporcionando insights sobre o contexto de escrita, motivações e ideias. O autor expressa sua aversão à pressão ideológica para modificar obras, algo que enfrentou em vida, destacando como sua visão sobre a sociedade presente em “Fahrenheit 451” tornou-se, de certa forma, profética.

O que você acha das mensagens atemporais presentes em “Fahrenheit 451”? Já teve experiências similares em relação à pressão ideológica na literatura?

 

 

 

 

 

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