Fim Sem Glória: “Aquaman 2” Serve Apenas para Enterrar uma Franquia Decadente

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Após muita expectativa, finalmente chegou aos cinemas “Aquaman e o Reino Perdido”, segundo capítulo da franquia estrelada por Jason Momoa. A produção altamente aguardada marca de forma melancólica o fim de uma era no universo cinematográfico DC.

Dirigido mais uma vez por James Wan e trazendo de volta astros como Patrick Wilson, Amber Heard e Yahya Abdul-Mateen II, o longa obteve recepção morna da crítica especializada. Apesar do esmero do cineasta e do carisma do protagonista, a trama genérica e controvérsias no elenco impedem que este seja um adeus à altura para o universo DCEU.

Enredo Reutiliza Velhas Fórmulas em Nova Aventura

A história acompanha o poderoso governante de Atlântida, Arthur Curry, lidando agora com as responsabilidades da paternidade. Ele precisa proteger a pequenoo recém-nascido, que herdou o dom de se comunicar com animais marinhos.

Ao mesmo tempo, seu veterano inimigo Manta Negra retorna com sede de vingança. Em uma expedição, ele e sua tripulação descobrem o lendário Reino Perdido, onde repousam criaturas adormecidas há séculos.

Lá também jaz um tridente de enorme poder, que transfere ao vilão conhecimentos sobre tecnologias ancestrais. Manta Negra pretende usar tudo isso para despertar o Rei Kordax, irmão demoníaco do rei Atlan, e seu exército. Seu plano mirabolante é provocar um desastre climático para libertar as criaturas aprisionadas no gelo.

Para impedir esse desastre e derrotar sua nemesis, Aquaman se une relutantemente ao instável meio-irmão Orm Marius, antigo inimigo agora em busca de redenção. Essa premissa lembra a dinâmica entre Thor e Loki nos piores momentos do MCU.

Diretor Busca Inspiração em Clássicos de Aventura e Fantasia

Fica nítido desde o início que Wan buscou inspiração em aventuras fantásticas como “Indiana Jones” e “O Senhor dos Anéis” para criar esta grandiosa sequência. O enredo viaja por cenários exóticos, apresenta criaturas impressionantes e traz até participação especial de John Rhys-Davies, astro dos longas citados.

No entanto, apesar de sua clara admiração pelo gênero, o cineasta não chega perto da maestria de Steven Spielberg e Peter Jackson. As constantes referências acabam realçando que este é apenas mais um blockbuster mediano entre muitos.

Polêmicas Ofuscam Qualquer Chance de Redenção

Infelizmente, controvérsias fora das telas também contaminaram a recepção do filme pelo público. Primeiro veio a notícia de que Willem Dafoe, intérprete do conselheiro Vulko na primeira aventura, morreu fora das telas vítima de uma misteriosa pandemia.

Depois, a questionável decisão de manter Amber Heard no importante papel de Mera, interesse amoroso do protagonista. Sua participação proeminente no longa é visível o suficiente para incomodar muitos espectadores já previamente indispostos com a atriz.

Por fim, apagando de vez qualquer chance de redenção, o longa não conta com as participações especiais de Ben Affleck ou Michael Keaton caracterizando o Batman conforme amplamente rumoreado. Portanto, nenhum ás na manga surpreendente.

Filme Fracassa em Proporcionar um Adeus Digno para o Universo DCEU

Diante de todos esses fatores, fica claro que “Aquaman 2” falha em proporcionar o enterro digno que a saga merecia após altos e baixos ao longo de uma década. O filme serve apenas para encerrar com amargor uma era de blockbusters que vinha declinando em qualidade e audiência.

Agora, com o reboot do universo DC já anunciado pela Warner, resta saber se a nova fase trará o fôlego e o brilho de que esse universo compartilhado tanto precisa após anos decepcionando fãs e crítica. Por ora, esse adeus melancólico a Aquaman e cia. deixa mais dúvidas do que esperanças.

 

A BUSCA POR UM BOM ROTEIRO

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