O recém-lançado “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” decepcionou até os fãs mais ferrenhos da aguardada franquia. Segundo dados do SteamDB, site que monitora métricas da maior plataforma de jogos para PC do mundo, o Steam, o pico de jogadores simultâneos do game foi de apenas 13 mil players. Um número inferior à metade dos 31 mil que “Vingadores da Marvel” atingiu em seu problemático lançamento em 2020.
Expectativa vs. realidade: a desilusão estava anunciada
Criado pelos consagrados estúdios Rocksteady, conhecidos mundialmente pela aclamada série “Batman: Arkham”, “Esquadrão Suicida” já nasceu sob grande desconfiança dos gamers mais antenados e críticos aos rumos da indústria. Isso porque vazamentos bem fundamentados indicavam que o projeto original seria mais um jogo live service, seguindo o mesmo modelo problemático de “Vingadores da Marvel”, repleto de microtransações, passes de batalha e funcionalidades que exigem conexão online constante.
Após o vexame da Marvel, que deixou a editora Square Enix com um prejuízo de US$ 48 milhões, a Rocksteady teria mudado parte do foco do game, mas não o suficiente para evitar comparações ou atender as novas demandas do público gamer. Trailers com moedas múltiplas e conexão online obrigatória mesmo para campanha solo geraram uma proporção de 3 dislikes para cada like, sinal claro do descontentamento.
Sem perdão: bugs imperdoáveis para produtos premium
Somado a polêmicas extra-game como a cena final com Kevin Conroy dublando seu último Batman antes de falecer e denúncias de assédio sexual entre funcionários da produtora, os gamers não perdoaram os inúmeros bugs e problemas técnicos encontrados logo no lançamento do game, mesmo após anos de desenvolvimento. Até a edição de luxo por US$ 100 não garantiu acesso antecipado ou tratamento especial.
É perceptível uma evidente mudança de postura dos consumidores, que não aceitam mais desculpas esfarrapadas, delays constantes ou falhas graves em produtos premium que custam uma pequena fortuna. Resta saber se publishers resistirão à tentação dos lucros fáceis prometidos pelo modelo live service claramente defectuoso ou finalmente investirão em qualidade, transparência e boa vontade com a comunidade para reconquistar a confiança do público e restaurar um bom relacionamento.
Queda anunciada e futuro incerto
Diante do histórico conturbado de desenvolvimento, das péssimas impressões da Beta, das críticas mornas da imprensa especializada e da postura cada vez mais exigente dos gamers, a queda vertiginosa no interesse e engajamento dos players logo após o lançamento era esperada.
Resta saber se o modelo live service ruim da vez sobreviverá a mais esse fracasso ou se finalmente os grandes estúdios e publishers aprenderão com tantos erros sequenciais, ouvirão as queixas dos seus clientes e voltarão a investir em elementos que realmente importam, como qualidade, narrativa, variedade de conteúdo e jogabilidade interessante para reconquistar os consumidores e restaurar a confiança na indústria.
