Frankie Freako é o caos gosmento que Steven Kostanski nasceu para filmar
Puppets cafonas, sangue neon e moral de Natal fazem da comédia uma bomba afetiva para órfãos de Gremlins
Conor é o tipo de gerente que acha ousadia pedir meia pizza com gorgonzola. Quando a mulher viaja, ele liga para um infomercial e convoca Frankie Freako, mascote de festa eterna movido a refrigerante “Fart Classic”. Daí em diante, Steven Kostanski transforma crise conjugal em rave de bonecos ensandecidos. Assim, acaba lembrando que seu coração continua batendo no ritmo de Psycho Goreman.
A produção é uma carta de amor às traquitanas analógicas: puppets com mobilidade zero, miniaturas que homenageiam a mina de Temple of Doom. Além disso, lembra muito pais sonâmbulos que montam um Blade Runner em um Freakworld para trabalho escolar. O que deveria ser defeito vira charme. Ver o boneco correndo duro no corredor arranca gargalhada justamente por não ser natural.
Embora haja comédia, é possível ver um fio de moral: Conor precisa se libertar da caretice, qual Scrooge guiado por duendes punk. A história é clichê assumido, mas Kostanski compensa com humor que mistura Orgazmo, Gremlins e VHS de locadora gore. A trilha sonora e o visual grudam como glitter no tapete da sala depois de festa infantil.
Quando termina, Frankie Freako deixa aquela sensação de clássico cult instantâneo — trash consciente, gosma artesanal e afeto verdadeiro pelo cinema fantástico noventista. Em outras palavras, é o tipo de filme que você mostra aos amigos para testar quem merece permanecer no grupo.
Confira as novidades da Super Prumo e se inscreva no canal do YouTube da Liga Nerdola para ficar por dentro de tudo!