Por Claudio Dirani
Acompanhe o Muro das Lamentações das estrelas
Um dos pensamentos mais memoráveis do genial autor Millôr Fernandes (1923-2012) define o nosso mundo, tanto na política como na cultura:
“Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”.
A frase não fala sobre hipocrisia, mas ela não irá passar impune por aqui. Tanto no Brasil como no exterior, artistas e velha mídia – a maioria de esquerda – agem como se a escolha de nossos líderes só fosse democrática quando vencida por eles.
Nós do Se Liga Nerd sentimos informar. O mundo tem se voltado para os valores da economia liberal e da política conservadora, o que torna a direita quase que plena maioria entre os cidadãos comuns. Isto é: aqueles que consomem música, cinema, teatro e outras formas artísticas, e que não quer saber de ideologia nas produções.
Contudo, como era esperado, a volta de Donald Trump – e sua vitória esmagadora sobre Kamala Harris – voltou a causar comoção, principalmente entre os grupos mais radicais do pop.
Nada, entretanto, que fosse surpreendente.
Antes mesmo do resultado ser anunciado já nas primeiras horas da madrugada de 6 de novembro (por enquanto, com 95% da contagem de votos, Trump conquistou 295 delegados contra 226 de Kamala), a choradeira de Hollywood provava ser cada vez mais patética.
Usando dos mesmos jargões “nazi-fascista”, “estuprador”, entre outros “elogios”, atores da velha guarda organizaram coletivas de imprensa para destilar o seu ódio. Mesmo que você seja fã de Robert De Niro, por exemplo, é inegável o papel ridículo que o astro de Taxi Driver, Cabo do Medo, Touro Indomável, Frankenstein de Mary Shelley e outros tantos clássicos se dispôs a passar em frente a bilhões de fãs.
Em sua narrativa, De Niro garantiu que Trump jamais iria permitir novas eleições nos EUA, caso ele fosse o vencedor da corrida em 2024.
Acompanhe: “Se Trump retornar à Casa Branca, pode se despedir das liberdades – e da garantia de eleições. Esqueça. Isso vai acabar”, acusou o ator, sem ter em mãos qualquer evidência. Meses mais tarde, já com Trump eleito, o astro de O Irlandês foi parar no talk show de Jimmy Kimmel chorar suas mágoas…literalmente.).
Trump: pior que Thanos para Hollywood
Quem mergulhou fundo em Vingadores: Ultimato, talvez tenha analisado o personagem Thanos como uma espécie de “genocida intergalático” e usado este mesmo simbolismo para definir a personalidade de Donald Trump – que hoje é, sem a menor dúvida, o vilão e maior inimigo de grupos de esquerda. Entre eles, os radicais (criminosos e estelionatários) do Black Lives Matter.
Sendo assim, a maioria do casting de Hollywood (que nunca vota a favor dos republicanos, não importa o nome em questão), decidiu embarcar de vez no “Anti-Trumpismo” para eleger Kalama Harris – a vice de Biden que sequer apresentou um plano de governo que unisse os EUA. Pelo contrário: o discurso woke da ex-promotora sempre foi divisível.
Seguindo a linha da lacração (e sem qualquer base teórica) a vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por Em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, lamentou a vitória de Trump com um discurso feminista e antiquado.
Jamie Lee Curtis: “Muitas temem que seus direitos serão negados. Grupos de minoria. Gays e pessoas trans, por exemplo. Agora temos certeza que as mulheres terão mais dificuldade de garantir seus cuidados médicos reprodutivos que merecem (leia, aborto)”, escreveu a atriz da saga Hallowwen.
Outra vencedora do Oscar – a jovem Billie Elish (por melhor canção original em 007 – Sem Tempo Para Morrer) – disse que Trump na Casa Branca representa uma “guerra às mulheres”, enquanto a cantora Ariana Grande (e protagonista em Wicked) anunciou “que está segurando as mãos de quem está se sentindo o peso das consequências no dia de hoje” – se referindo ao resultado das eleições.
A compilação de teorias mortais – e teses sem qualquer base é quase infinita – vale a leitura como uma lição de como o destrutivo pensamento Marxista tomou conta de Hollywood e derivados.
Famoso por suas atuações nos anos 80 e 90, entre eles Garota Sinal Verde, Tiros Na Broadway, Nos Bastidores da Notícia e Quero Ser John Malkovich, John Cusack usou a rede X para destilar seu venenoso ódio contra o resultado favorável (e democrático) a Donald Trump.
Demonstrando total falta de respeito pela escolha massiva dos eleitores, Cusack – um cara aparentemente gente fina – disparou balas virtuais contra o presidente eleito, como se não houvesse amanhã.
“Donald Trump é um sintoma da nossa sociedade doente. Ele não é a causa. Ele é o que é vomitado da decadência. Ele expressa um anseio infantil de ser um deus onipotente. Esse anseio ressoa com os americanos que sentem que foram tratados como lixo humano. Mas a impossibilidade de ser um deus, como Ernest Becker escreve, leva à sua alternativa sombria — de destruir como um deus. Essa autoimolação é o que vem a seguir”, tuitou.
Quando os heróis são bem diferentes do que vemos na telona
Se você acompanha política, sabe que o eterno Luke Skywalker sempre foi um esquerdista, daqueles que usam boina, camiseta do Che Guevara e fumam charutos. Desta feita, não foi diferente. O mesmo homem que trouxe balanço para a Galáxia ao derrotar o Imperador Palpatine usou o X para chorar as mágoas após a derrota de Kamala Harris.
Em uma postagem na mesma rede social do “fascista Elon Musk”, o ator socialista lamentou o placar esmagador imposto por Trump:
“Dizem que temos os líderes que merecemos…Ou isso acabou de ser refutado, ou esta não é a América em que pensávamos que vivíamos”, reclamou
Já outra heroína – da lacradora série The Boys, a jovem Erin Moriarty – aparentemente criticou os eleitores de Trump com uma mensagem enigmática – tão enigmática, aliás, como a mente progressista.
“Nós recuperamos um insulto, nós recuperaremos a autonomia. Beijos, uma mulher (esperançosamente) desagradável.”
Oi?
Hasta la vista, Baby
Se a onda de ataques da base lacradora já era esperada e não causou surpresa, o mesmo não podemos falar de um dos ícones de gerações. Arnold “Exterminador do Futuro” Schwarzenegger.
Para tristeza dos mais tradicionalistas, Arnie saiu do armário, demonstrando que a preferência pela woke Kamala Harris foi só uma ilusão de Hollywood.
Austríaco de nascimento, o ator escreveu um textão de apoio à democrata, sem economizar nas acusações a Donald Trump. Para quem não deseja perder tempo, segue um dos trechos-chave da postagem:
“…Serão apenas mais quatro anos de besteira sem resultados, o que nos deixará cada vez mais irritados, mais divididos e mais odiosos… Precisamos fechar a porta para este capítulo da história americana, e eu sei que o ex-presidente Trump não fará isso. Ele vai dividir, ele vai insultar, ele vai encontrar novas maneiras de ser mais antiamericano do que ele já foi, e nós, o povo, não receberemos nada além de mais raiva (…)”, declarou o astro que um dia encarou o Predador.
Convenhamos, Arnold: seu pensamento até faria sentido, se os democratas e seus eleitores não tivessem abandonado há décadas os princípios seguidos pelo também democrata John F. Kennedy (Não espere que o país faça algo por você. Faça algo por seu país). Se a memória foi clonada e adulterada como ocorre em O Sexto Dia, meu caro, basta acompanhar discursos que sempre colocam os opositores como inimigos, e não rivais políticos. “Dividir para dominar” – este, sim, é o lema da esquerda, meu caro.
Na mesma linha injustificável de Arnold, o escritor de obras que deram origem a filmes cultuados, como It, Cemitério Maldito, Carrie, a Estranha, O Iluminado, Colheita Maldita e muitos outros, usou sua criatividade para criar uma analogia sobre a tal “fragilidade da democracia”. Mesmo após o resultado esmagador da vontade popular, claro!
“Há uma placa que você pode ver em muitas lojas que vendem itens lindos, mas frágeis: LINDO DE SE VER, DELICIOSO DE SEGURAR, MAS DEPOIS QUE VOCÊ QUEBRA, ENTÃO ESTÁ VENDIDO.
“Você pode dizer o mesmo sobre a democracia”, filosofou King.
Por sua vez, a super lacradora Whoopi Goldberg partiu para uma linguagem mais infantil:
“Ele é o presidente, mas ainda não irei pronunciar o seu nome. Isso não vai mudar”, desabafou a coadjuvante de Ghost – do Outro lado da Vida.
Já o ótimo Wendell Pierce (The Wire, Jack Ryan) preferiu abordar o destino da Suprema Corte, demonstrando temor sobre sua composição mais conservadora (ai se ele vivesse no Brasil e fosse consergador… o que falaria do STF?).
“Eleições têm suas consequências. A Suprema Corte será alterada por uma geração. Nunca mais verei uma corte moderada na minha vida…O dano que ele está prestes a infligir às nossas instituições nos próximos dois anos será irreparável”, profetizou.
Pierce, atenção, venha ao Brasil para ser “feliz”…topa?