Homem-formiga 3 deu lucro. Quem diria?

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Por quase dois anos, a narrativa dominante sobre “Ant-Man and the Wasp: Quantumania” tem sido a de um retumbante fracasso comercial para a Marvel Studios. O terceiro filme da franquia protagonizada por Paul Rudd foi repetidamente descrito como um “desastre financeiro” que não conseguiu recuperar seu orçamento de produção e marketing. No entanto, uma nova análise financeira publicada pela Forbes revela uma realidade diferente: após todos os cálculos, o filme efetivamente gerou um lucro de US$ 88,2 milhões.

Este dado surpreendente contrasta fortemente com a percepção pública e até mesmo com as declarações indiretas da própria Disney sobre o desempenho do longa. O filme encerrou sua carreira nos cinemas com uma arrecadação global de US$ 476 milhões, significativamente abaixo da previsão interna do estúdio, que esperava entre US$ 700 milhões e US$ 900 milhões. Essa discrepância entre expectativa e realidade levou à classificação do filme como um fracasso, apesar de ter terminado no azul.

 

A análise da Forbes considera todos os custos associados ao filme, incluindo orçamento de produção e despesas de marketing, além de contabilizar as receitas das exibições em cinemas, vendas digitais e em mídia física. Quando todos esses fatores são combinados, o resultado final mostra um retorno positivo para o investimento do estúdio, desmistificando a ideia de que o filme foi um completo fiasco financeiro.

Por Que um Filme Lucrativo é Considerado um Fracasso

Embora um lucro de US$ 88,2 milhões possa parecer substancial para muitos estúdios, para a Marvel Studios e sua controladora Disney, esse valor representa um resultado decepcionante quando comparado às expectativas originais e ao histórico da franquia. Este “lucro inútil”, como alguns analistas o classificaram, provavelmente não será suficiente para justificar a produção de um quarto filme da série Homem-Formiga.

Um caso comparativo interessante é “Eternos”, outro filme da Marvel que recebeu críticas mistas e foi considerado um desempenho abaixo do esperado. Segundo estimativas, “Eternos” gerou um lucro entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões quando se considera sua carreira nos cinemas e vendas subsequentes. Mesmo assim, não há planos para uma sequência, evidenciando que a Marvel estabelece patamares elevados para considerar um filme bem-sucedido o suficiente para garantir continuações.

Além do resultado financeiro direto, outros indicadores sugerem que “Quantumania” teve impacto limitado no ecossistema comercial da Marvel. Fontes da indústria de brinquedos indicam que a produção de action figures e outros produtos licenciados foi reduzida em comparação com outros lançamentos da Marvel, e mesmo assim, as unidades produzidas não tiveram vendas expressivas.

A lição que emerge deste caso é que, para um estúdio do porte da Marvel, ser tecnicamente lucrativo não é suficiente. O verdadeiro sucesso é medido não apenas pela capacidade de gerar retorno sobre o investimento, mas também por atingir metas ambiciosas de bilheteria, recepção crítica positiva e impacto cultural que mantenha o interesse do público no universo cinematográfico expandido da empresa.

Esta revelação sobre o desempenho financeiro de “Quantumania” oferece uma visão rara dos bastidores de como Hollywood avalia o sucesso, onde mesmo um filme que termina com lucro pode ser internamente classificado como uma decepção quando não atinge os objetivos estratégicos mais amplos do estúdio.

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