IA cria 80-90% dos jogos, mas tem toque humano

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IA cria 80-90% dos jogos modernos

IA cria 80-90% dos jogos atuais, conforme revelou Akihiro Hino, CEO da Level-5, durante discurso na Top Game Creators Academy. O executivo, responsável por franquias como Yo-kai Watch e Ni no Kuni, explicou que a inteligência artificial já domina a programação, arte, música e até mesmo o planejamento dos games. Contudo, Hino enfatizou que o papel humano permanece crucial para refinar e finalizar o trabalho iniciado pelas máquinas.

A Level-5 implementa IA que cria conteúdo para aumentar a eficiência, mas sempre com supervisão humana garantindo qualidade final. Essa abordagem equilibrada permite que o estúdio mantenha seu padrão de excelência mesmo com prazos cada vez mais apertados. Por isso, a empresa consegue produzir títulos aclamados em diversas plataformas.

Enquanto a inteligência artificial na escrita se torna inevitável, a indústria de games segue o mesmo caminho. O fenômeno lembra a análise de Stephen King sobre IA na literatura, onde o autor reconhece a tendência, mas questiona a qualidade dos produtos gerados exclusivamente por máquinas.

O olhar humano aprimora o que IA cria nos jogos

Desenvolvedores precisam cultivar um “olhar estético” para se destacarem na era onde IA cria jogos quase automaticamente. Hino explicou que não basta apenas dominar as tecnologias de inteligência artificial; é necessário discernir entre bom e ruim, selecionando os melhores elementos para incorporar ao produto final. Assim, mesmo com a automação de grande parte do processo, o toque humano permanece como diferencial competitivo.

A declaração do CEO aconteceu durante cerimônia de abertura da TGCA, programa que forma criadores capazes de desenvolver propriedades intelectuais reconhecidas mundialmente. Portanto, o executivo incentivou os novos talentos a verem o desafio como oportunidade, não como ameaça à profissão.

As preocupações com o uso excessivo de sistemas onde IA cria conteúdo são frequentes na indústria, especialmente quanto à qualidade e autenticidade das narrativas. Criar histórias verdadeiramente envolventes continua sendo um desafio que exige sensibilidade humana.

O futuro da indústria: IA cria, humano aperfeiçoa

Os criadores do futuro precisarão dominar duas habilidades essenciais: aproveitar tudo que IA cria eficientemente e aplicar sensibilidade artística para elevar a qualidade final. Hino enfatizou que esse “senso estético” será o grande diferencial competitivo dos próximos anos, separando games memoráveis daqueles meramente funcionais. Dessa forma, a inteligência artificial não substituirá os humanos, mas transformará radicalmente os métodos de trabalho.

A TGCA representa um ambiente ideal para desenvolver essa habilidade dupla, oferecendo treinamento técnico e refinamento da visão criativa. Além disso, o programa prepara os estudantes para um mercado onde dominar as técnicas onde IA cria conteúdo será pré-requisito básico para profissionais.

O futuro dos games dependerá cada vez mais dessa combinação entre automação inteligente e sensibilidade humana. IA cria jogos em sua base, mas o olhar humano segue sendo o elemento que transforma bons games em experiências verdadeiramente memoráveis e emocionantes.

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