Morre David Lynch, cineasta visionário e excêntrico
David Lynch, uma das mentes mais geniais e únicas da história do cinema, faleceu aos 78 anos. O aclamado diretor anunciou seu diagnóstico de enfisema no ano passado e que o medo de contrair a Covid-19 o impediu de sair de sua casa em Los Angeles.
Em 8 de janeiro, o incêndio Sunset atingiu a mesma casa, forçando Lynch a evacuar. Embora nenhuma causa oficial ou hora da morte tenha sido anunciada, sua família usou as redes sociais para divulgar a notícia comovente.
A jornada de um outsider excêntrico
David Keith Lynch nasceu em 20 de janeiro de 1946. Seu pai trabalhava como cientista de pesquisa para o USDA, o que exigia que a família se mudasse para onde o departamento o designasse, resultando em um estilo de vida nômade comparável ao das famílias militares.
Apesar de não morar muito tempo em cada lugar, David ingressou no Escoteiro, o que lhe permitiu participar da posse presidencial de John F. Kennedy aos 15 anos. Se isso não é um cenário totalmente lynchiano, então eu sou uma coruja que anda sobre fogo.
Ele estudou arte e trabalhou em curtas-metragens antes de lançar seu primeiro longa-metragem em 1977. O clássico surrealista “Eraserhead” lançaria sua carreira como um diretor excêntrico e outsider, apresentando aos cinéfilos uma paleta totalmente nova de contos estranhos e idiossincráticos cheios de significados não revelados que forçam o espectador a interpretá-los por conta própria.
Lynch recebeu sua primeira indicação ao Oscar por seu segundo longa, “O Homem Elefante” (1980), e depois mais duas por “Veludo Azul” (1986) e “Cidade dos Sonhos” (2001). Ele também foi aclamado por “Twin Peaks” (1990-1991, relançada em 2017), considerada por muitos fãs sua obra-prima.